24 de maio de 2010
Os azares de Cavaco
Fê-lo contrariadíssimo, é certo: a comunicação não foi aliás mais que a expressão dessa contrariedade, uma espécie de queixa ao País. Queixou-se o PR por exemplo da inexistência de "um consenso partidário alargado" quando, azar, a lei, proposta pelo Governo, foi aprovada por quatro dos seis partidos que compõem o Parlamento, de acordo com propostas explicitamente sufragadas nas eleições de Setembro (o PSD e o CDS/PP nada continham no programa eleitoral relativo aos direitos dos casais de pessoas do mesmo sexo). E queixou-se de não terem sido copiadas "soluções jurídicas" de países onde, alega, "à união de pessoas do mesmo sexo foram reconhecidos direitos e deveres semelhantes aos do casamento entre pessoas de sexo diferente, mas não se lhe chamou casamento, com todas as consequências que daí decorrem" - exemplificando com o Reino Unido, a Dinamarca e a Alemanha, países cujas "soluções" - azar! - permitem a adopção. Queixou-se ainda do curto número de países que consagraram a igualdade no acesso ao casamento, "esquecendo" - azar, de novo - os seis estados norte-americanos que o fizeram.
É, o Presidente anda azarado. De tal modo que ao requerer ao Tribunal Constitucional a fiscalização preventiva do diploma mencionou todas as normas da lei que o TC, num acórdão de Julho de 2009 assinado por cinco dos 13 juízes, já "passara", esquecendo no pedido a única norma de duvidosa constitucionalidade, a da interdição da adopção. Ainda por cima, é a segunda vez que este Presidente tem um lapso destes (a primeira ocorreu com o Estatuto dos Açores).
É pois da mais elementar urgência que Cavaco encontre conselheiros e assessores mais habilitados, que lhe impeçam erros tão grosseiros e, sobretudo, que conheçam as atribuições e deveres presidenciais. É que de outro modo pode haver quem comece a suspeitar de que usa os pedidos de fiscalização ao TC para efeitos que nada têm a ver com os seus objectivos declarados, numa clara perversão das respectivas atribuições - as do tribunal e as do presidente. E que é à Constituição que jurou respeitar e fazer cumprir que tem, afinal, azar. A Constituição que determina as regras da democracia portuguesa, entre as quais essa de que, dir-se-ia, o Presidente se veio queixar aos portugueses - a de que o Parlamento que elegeram e que os representa manda mais que ele. Azar, azar.
Fernanda Câncio, hoje no DN
20 de maio de 2010
30 de abril de 2010
22 de março de 2010
Saúde para todos
17 de fevereiro de 2010
DO ESTADO DE DIREITO
15 de janeiro de 2010
Queremos o nosso dinheiro de volta
12 de janeiro de 2010
Bom investimento público
21 de dezembro de 2009
O avatar de Copenhaga é um moto-serra
Eu acredito que vivemos num mundo em que as condições para a existência de vida decorreram de um incrível equilíbrio pormenorizado, quando tudo se conjugou ao mesmo tempo, permitindo uma harmonia talvez única no universo…
11 de dezembro de 2009
9 de dezembro de 2009
4 de dezembro de 2009
Um referendo em cada esquina
"Confesso que não sei se as pessoas nascem com essa característica ou se optam por adoptar o comportamento desviante que a Bíblia, aliás, condena - mas, na minha opinião, os canhotos não deveriam poder casar. Nem adoptar crianças. Um casal de pessoas, digamos, normais, acaricia a cabeça dos filhos como deve ser, da esquerda para a direita. Os canhotos acariciam da direita para a esquerda, o que pode ter efeitos perversos na estrutura emocional das crianças. Na verdade, sou contra a adopção por casais heterossexuais em geral, sejam ou não canhotos." (VER MAIS)
16 de novembro de 2009
Do segredo de justiça
9 de novembro de 2009
História com "H" grande
Todos os muros que separam pessoas hão-de cair.
7 de novembro de 2009
Mistério
15 de outubro de 2009
19 de setembro de 2009
Homenagem a Natália Correia (e ao Deputado Morgado)
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15 de setembro de 2009
Momento Não-Político
Partilho a Tabacaria, de Álvaro de Campos.
12 de setembro de 2009
5 de setembro de 2009
Clarificador
6 de agosto de 2009
Os nostálgicos anos 80
28 de junho de 2009
Um manifesto com prioridades
Guru na área da transformação organizacional aconselha Obama
Obama should look to Portugal on how to fix schools
Posted by: Don Tapscott on 24Jun 2009
President Obama already knows that the nation’s schools are failing a large number of young Americans. One-third of all students drop out before finishing high school. It’s a terrible record, and it’s even worse in inner city public schools, where only half of blacks and Hispanics graduate from school. This is not a legacy that would make anyone proud: More young Americans on a proportionate basis drop out of school today than at any other time in our history.
23 de junho de 2009
18 de junho de 2009
Entrevista de José Sócrates
- Ana Lourenço permitiu que o Primeiro-ministro explicasse as medidas, como todos exigiam, e conduziu uma entrevista como fazem na BBC, CNN, etc…
- José Sócrates não foi arrogante e estava muito bem preparado.
Conteúdos a salientar:
- O PM admitiu, e bem, que o processo de avaliação dos professores não correu bem e fez bem em lembrar como começou a tensão na Educação: os professores fizeram greve aos exames por se implementarem aulas de substituição – incrível…
- Dividiu bem dois períodos: 2005-2007 e 2007-2009. No primeiro, Portugal era o único país europeu com défice excessivo, no segundo está dentro da média da EU.
- Lembrou que em 2007, 133000 postos de trabalho (!) tinham sido criados.
- Opinou, calmamente, sobre o que separa os dois possíveis Primeiros-ministros: Sócrates defende a intervenção do Estado e os serviços públicos (Segurança Social, Saúde e Educação) e tem uma mentalidade mais aberta (ivg, divórcio…); Ferreira Leite apoia a privatização e é altamente conservadora (casamento/procriação; obras públicas/xenofobia).
Depois, o que o separa da outra esquerda é o facto de não abdicar de ter as contas do Estado em ordem.
- O combate à crise faz-se também com a aposta em áreas estratégicas (requalificação de escolas, aposta nas novas energias e alargamento da rede de banda larga).
- As obras de maior envergadura dão emprego e “oportunidades de negócio” às empresas. Em particular, a Alta Velocidade em Portugal “tem 15 anos” (!) e exibiu documentos da era Barroso. Explicou como esta aposta combate a periferização do país. Adiar tem custos - espero que todos entendam isto, nomeadamente no que respeita a devolver dinheiro à EU e as consequências do facto de nos tornarmos dos únicos países a desistir de investir na Alta Velocidade (ver post anterior).
- Portugal foi o primeiro país a combater a crise no sector automóvel.
- Exemplo paradigmático que refere a dimensão do apoio, alegadamente excessivo, do Governo português, aos bancos: na Irlanda apoiou-se com o equivalente a 267% do PIB do país; no Reino Unido com 82%; em Portugal com 14%...
- Se o BPP falir hoje, não afectará o conjunto. No início da crise a falência do BPN afectava, aliás, na mesma altura, não por acaso, foram nacionalizados sete outros bancos na Europa. Acresce a referência importante ao Lehman Brothers, que o governo americano deixou cair ingenuamente-erro decisivo para o colapso do sistema financeiro. Em relação ao BPN, explicou que apoia depositantes, mas não pode apoiar aqueles que o banco transformou em investidores, pois os contribuintes não devem pagar tudo. Tal situação seria um grave precedente, pois, a partir daí, o Estado Português teria de ajudar todos os investidores que perdessem dinheiro. Recordou que as falências do BPN e do BPP se devem a uma gestão irresponsável com suspeitas de graves actos criminosos.
10 de junho de 2009
Que futuro para a Europa?
9 de junho de 2009
Xiitas derrotados
8 de junho de 2009
PSD eufórico com a vitória esmagadora da abstenção. E o futuro?
Em momentos de crise, a história repete-se: as forças extremistas/populistas, sobem ou resistem. Neste caso, as da CDU e do BE, já previstas, e a do CDS/PP, em Portugal, ou as de Berlusconi ou Sarkozy, etc. A maioria dos Governos em exercício são penalizados, como começou por acontecer nos EUA e aconteceu ontem por toda a Europa. No geral, infelizmente, não houve a percepção clara de que as receitas conducentes à crise tiveram origem num ideário de direita. Na crise, os partidos não possuem receitas eleitorais infalíveis, é tudo demasiado volátil.
Falou-se muito pouco da Europa. Lembro-me que Vital Moreira tentou colocar à discussão uma velha proposta, o imposto europeu, parecido com a taxa Tobin que o BE antes defendia, e desatou logo tudo aos gritos... Hoje só se referem às consequências caseiras dos resultados de ontem. Hoje ninguém fala da UE, um dos projectos mais extraordinários da história das nações, onde se consolidou a maioria da direita que trouxe a crise.
Acredito que as pessoas que não foram às urnas terão outra motivação quando estiver em causa a governabilidade de um país pobre, com falta de qualificação das pessoas e das organizações, com um Estado insuficiente. Será que os portugueses querem que Ferreira Leite represente Portugal? Será que os cidadãos portugueses quererão a esquerda comunista a fazer um segundo PREC?
Há uma missão do "povo de esquerda". Temos de compreender o fenómeno de fragmentação da esquerda que levou ao estado lastimoso, por exemplo, da esquerda francesa. Não podemos permitir o surgimento de uma paisagem política à francesa, com uma direita instalada e sem oposição. Opções à esquerda(?) - foram bloquistas que chamaram "traidor" a Vital na Manifestação de 1 de Maio, "traidor" por deixar de ser comunista...
4 de junho de 2009
1 de junho de 2009
Alta Velocidade
30 de maio de 2009
A Europa em discussão
26 de maio de 2009
PSD de Ferreira Leite não gosta e abdica de Comícios
24 de maio de 2009
5 de maio de 2009
Como chegar aos 10 por cento?
30 de abril de 2009
Ai agora aparecem?!
“Meus filhos, sejam extremamente mal-educados para visitantes das Escolas e depois tenham muito medo do senhor mau que vos vais fazer perguntas. Estamos orgulhosos.”
É importante preservar o bom hábito das manifestações de insatisfação/inconformismo na nossa democracia e, simultaneamente, continuo a considerar que os pais deviam ser co-responsabilizados pelos comportamentos inadequados dos alunos, como acontece em alguns países. Só assim não temos de esperar gerações para que certos paradigmas de mentalidades mudem, no sentido de fazer com que os pais valorizem a Escola e as qualificações dos filhos, com as implicações que terão nas suas vidas pessoais e profissionais. Acho mesmo que isto é determinante para o sucesso do nosso país, pois os órgãos de gestão e os professores per si são insuficientes para valorizar as funções da Escola.