1 de junho de 2009

Alta Velocidade

Hoje Paulo Portas disse “há quem diga TGV, TGV, TGV”, e concluiu, “nós dizemos Pequenas e Médias Empresas”. A verdade é que a Alta Velocidade (AV), entre outras coisas, serve, precisamente, para arranjar trabalho às empresas. Aliás, hoje também, Ilda Figueiredo visitou uma fábrica de manutenção de meios ferroviários e correu-lhe mal, pois ouviu um trabalhador dizer que ansiava pela chegada das linhas de AV a Portugal, para ter mais trabalho. É óbvio.
Sou adepto da Alta Velocidade por várias razões. Desde logo, não podemos ficar orgulhosamente sós, desligados da rede europeia de transportes, até porque as nossas linhas tornar-se-ão obsoletas, incompatíveis, para as ligações com Espanha.
O transporte dinamiza a mobilidade europeia de pessoas (empresários, turistas, massa cinzenta...) e de mercadorias. Permite Lisboa-Madrid (3h); Lisboa-Porto (1h15m) e, espero, Aveiro-Madrid (2h), favorecendo o crescimento económico e a coesão territorial europeia.
Claro que esta questão do investimento público é também ideológica. Eu não tenho preconceitos quanto ao investimento público, muito menos em obras estruturantes, benéficas para a fixação de plataformas logísticas, empresas e, com efeito, empregos, num momento em que precisamos do Estado para combater a crise e criar emprego, também qualificado, neste caso.
O exemplo da minha perspectiva, como aveirense: desejo que venha uma linha de Madrid até à estação prevista para o meu distrito. O porto de Aveiro tornar-se-ia fundamental para a Europa, particularmente para a Península Ibérica. E nas praias e lojas de Aveiro aumentarão a quantidade de espanhóis aos fim-de-semanas e no Verão.
No mundo desenvolvido é assim. Há dias, Barack Obama apresentou um projecto de 8 biliões de dólares para aplicar a AV num território dos EUA. É uma grande aposta da Nova Administração. Noutros países, como em França, as comunidades mobilizam-se em manifestações e petições para conseguir que a AV pare nas suas terras. Encontrei a de Auvergne, no outro dia, com o slogan “Le TGV en Auvergne cést possible”. Taywan liga pólos tecnológicas com AV, é uma forma de ligar clusters de inovação, de ligar regiões, cada qual, com a sua área de vanguarda.
Para além de tudo é um comboio amigo do ambiente, movido a energia mais sustentável e oferece viagens a várias horas do dia e mais baratas que um bilhete de avião.

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