21 de dezembro de 2009

O avatar de Copenhaga é um moto-serra


Eu acredito que vivemos num mundo em que as condições para a existência de vida decorreram de um incrível equilíbrio pormenorizado, quando tudo se conjugou ao mesmo tempo, permitindo uma harmonia talvez única no universo…

Assisti ao filme Avatar de James Cameron. É um filme sobre o amor, sobre a guerra, sobre a natureza humana, sobre o futuro, mas é sobretudo uma estrondosa mensagem ecológica. Eu dava tudo para ser um Na’vi e pertencer a uma espécie azul.

Estariam os congressistas chineses, americanos, etc... a aproveitar o sexo grátis no momento em que este filme estreava nas salas de cinema de Copenhaga?

11 de dezembro de 2009

9 de dezembro de 2009

A tia irascível

4 de dezembro de 2009

Um referendo em cada esquina

Mais um bom artigo de RAP na Visão:
"Confesso que não sei se as pessoas nascem com essa característica ou se optam por adoptar o comportamento desviante que a Bíblia, aliás, condena - mas, na minha opinião, os canhotos não deveriam poder casar. Nem adoptar crianças. Um casal de pessoas, digamos, normais, acaricia a cabeça dos filhos como deve ser, da esquerda para a direita. Os canhotos acariciam da direita para a esquerda, o que pode ter efeitos perversos na estrutura emocional das crianças. Na verdade, sou contra a adopção por casais heterossexuais em geral, sejam ou não canhotos." (VER MAIS)

16 de novembro de 2009

Do segredo de justiça

Uma “regulação mais rígida” e a “responsabilização implacável” dos protagonistas de fugas de informação são os planos habituais. Urge defender o Estado de Direito, que é como quem diz o Direito e a Democracia, mas não é tarefa fácil aperfeiçoar o sistema, quando a violação da matéria judicial é tentacular e se torna muito difícil de controlar. O problema não está na Lei, está nas pessoas, esse é o busílis da questão.

9 de novembro de 2009

História com "H" grande

Foram rebarbadoras e martelos e depois gente a abraçar-se. Incrível e genuína manifestação de alívio e júbilo.
Todos os muros que separam pessoas hão-de cair.


7 de novembro de 2009

Mistério

"Nos Estados Unidos, em nome da transparência, Obama mandou publicar a lista das pessoas que recebeu a pedido na Casa Branca, e os assuntos que por lá trataram. Por cá, Cavaco Silva entende que não deve dizer, sequer, o que faz agora o assessor Fernando Lima em Belém. Eu acredito que faz exactamente o mesmo que fazia antes. E isso, politicamente, está longe de ser um pormenor sem importância..." (DN - hoje)

15 de outubro de 2009

19 de setembro de 2009

Homenagem a Natália Correia (e ao Deputado Morgado)

"A família tem por objectivo a procriação" - Manuela Ferreira Leite
.

15 de setembro de 2009

Momento Não-Político

Pausa na política. É um texto extraordinário que oscila entre o mundo interior dos sonhos de libertação e a realidade do quotidiano. Na verdade, os bons políticos lêem poesia e têm em si "todos os sonhos do mundo".

Partilho a Tabacaria, de Álvaro de Campos.

12 de setembro de 2009

5 de setembro de 2009

Clarificador

"Em plena campanha eleitoral os professores vão voltar à rua “contra o PS de Sócrates”. É o que prometem os chamados movimentos independentes..." (in Publico, hoje)
A uma semana das eleições os "movimentos independentes" imiscuem-se na vida partidária, pois afirmam que vão avançar "contra o PS". O que significa, por exemplo, que preferem o que foi feito na Educação por Ferreira Leite... Independentemente do óbvio direito à manifestação, é a clarificação decisiva sobre o que suporta os movimentos dos professores.
Já tinha avisado aqui que isto tinha um rumo óbvio. Estas atitudes mostram que os grandes culpados pela descredibilização crescente desta classe profissional são os próprios professores, uma vez que se têm deixado instrumentalizar.

6 de agosto de 2009

Os nostálgicos anos 80



As listas do PSD para as legislativas não se esgotam num emocionado regresso ao cavaquismo, mas no retorno de imensos reformados da política que aceitaram o convite antes de saberem o seu programa eleitoral - O que unirá todos estes reformados? Uma melhor reforma?


28 de junho de 2009

Um manifesto com prioridades

Surgiu recentemente um manifesto, subscrito por 51 economistas e cientistas sociais, que apela à necessidade do investimento público neste período de crise. O oposto será, portanto, cruzarmos os braços. Deixo aqui o Manifesto retirado de um blogue que aconselho, o Ladrões de Bicicletas:
Estamos a atravessar uma das mais severas crises económicas globais de sempre. Na sua origem está uma combinação letal de desigualdades, de especulação financeira, de mercados mal regulados e de escassa capacidade política. A contracção da procura é agora geral e o que parece racional para cada agente económico privado – como seja adiar investimentos porque o futuro é incerto, ou dificultar o acesso ao crédito, porque a confiança escasseia – tende a gerar um resultado global desastroso. (VER MAIS)

Guru na área da transformação organizacional aconselha Obama

Don Tapscott

Obama should look to Portugal on how to fix schools



President Obama already knows that the nation’s schools are failing a large number of young Americans. One-third of all students drop out before finishing high school. It’s a terrible record, and it’s even worse in inner city public schools, where only half of blacks and Hispanics graduate from school. This is not a legacy that would make anyone proud: More young Americans on a proportionate basis drop out of school today than at any other time in our history.

(ver mais)

23 de junho de 2009

PSD

18 de junho de 2009

Entrevista de José Sócrates

Estilos na entrevista:
- Ana Lourenço permitiu que o Primeiro-ministro explicasse as medidas, como todos exigiam, e conduziu uma entrevista como fazem na BBC, CNN, etc…
- José Sócrates não foi arrogante e estava muito bem preparado.

Conteúdos a salientar:
- O PM admitiu, e bem, que o processo de avaliação dos professores não correu bem e fez bem em lembrar como começou a tensão na Educação: os professores fizeram greve aos exames por se implementarem aulas de substituição – incrível…
- Dividiu bem dois períodos: 2005-2007 e 2007-2009. No primeiro, Portugal era o único país europeu com défice excessivo, no segundo está dentro da média da EU.
- Lembrou que em 2007, 133000 postos de trabalho (!) tinham sido criados.
- Opinou, calmamente, sobre o que separa os dois possíveis Primeiros-ministros: Sócrates defende a intervenção do Estado e os serviços públicos (Segurança Social, Saúde e Educação) e tem uma mentalidade mais aberta (ivg, divórcio…); Ferreira Leite apoia a privatização e é altamente conservadora (casamento/procriação; obras públicas/xenofobia).
Depois, o que o separa da outra esquerda é o facto de não abdicar de ter as contas do Estado em ordem.
- O combate à crise faz-se também com a aposta em áreas estratégicas (requalificação de escolas, aposta nas novas energias e alargamento da rede de banda larga).
- As obras de maior envergadura dão emprego e “oportunidades de negócio” às empresas. Em particular, a Alta Velocidade em Portugal “tem 15 anos” (!) e exibiu documentos da era Barroso. Explicou como esta aposta combate a periferização do país. Adiar tem custos - espero que todos entendam isto, nomeadamente no que respeita a devolver dinheiro à EU e as consequências do facto de nos tornarmos dos únicos países a desistir de investir na Alta Velocidade (ver post anterior).
- Portugal foi o primeiro país a combater a crise no sector automóvel.
- Exemplo paradigmático que refere a dimensão do apoio, alegadamente excessivo, do Governo português, aos bancos: na Irlanda apoiou-se com o equivalente a 267% do PIB do país; no Reino Unido com 82%; em Portugal com 14%...
- Se o BPP falir hoje, não afectará o conjunto. No início da crise a falência do BPN afectava, aliás, na mesma altura, não por acaso, foram nacionalizados sete outros bancos na Europa. Acresce a referência importante ao Lehman Brothers, que o governo americano deixou cair ingenuamente-erro decisivo para o colapso do sistema financeiro. Em relação ao BPN, explicou que apoia depositantes, mas não pode apoiar aqueles que o banco transformou em investidores, pois os contribuintes não devem pagar tudo. Tal situação seria um grave precedente, pois, a partir daí, o Estado Português teria de ajudar todos os investidores que perdessem dinheiro. Recordou que as falências do BPN e do BPP se devem a uma gestão irresponsável com suspeitas de graves actos criminosos.

10 de junho de 2009

Que futuro para a Europa?

Era necessário mudar a Europa e o equilíbrio de forças no Parlamento Europeu, como demonstra este vídeo/mensagem de campanha, muito bem conseguido pelo PSOE:

9 de junho de 2009

Xiitas derrotados

A coligação pró-ocidental, liderada por Saad Hariri, venceu as legislativas de ontem no Líbano, superando o movimento Hezbollah. Isso contribuirá para a paz na região e no mundo (afastando a possibilidade de apoio oficial a Teerão) ou para a sublevação das milícias capazes de esmagar o exército nacional? Julgo que, em parte, dependerá da solução de Governo que se irá apresentar. De qualquer modo, nunca será fácil. Esta é uma região e, particularmente, um Estado, cujos cidadãos, das várias gerações, só conhecem o permanente estado de guerra.

8 de junho de 2009

PSD eufórico com a vitória esmagadora da abstenção. E o futuro?

A derrota do PSD+CDS/PP em 2004 acabou por ser mais grave: na altura, o PS teve mais 4 mandatos, hoje PSD+CDS/PP têm mais 3 que o PS. A vitória do PSD foi alcançada com uma percentagem fraca e este partido está demasiado eufórico. A abstenção foi elevadíssima e os votos brancos aumentaram quase 100 por cento. Mas, claro, a derrota do PS foi surpreendente. Depois de uma campanha socialista mais mobilizadora e depois do PS apresentar uma lista de candidatos mais conhecidos do que os do PSD, as sondagens são todas contrariadas, quanto aos resultados do PS e do CDS/PP.
Em momentos de crise, a história repete-se: as forças extremistas/populistas, sobem ou resistem. Neste caso, as da CDU e do BE, já previstas, e a do CDS/PP, em Portugal, ou as de Berlusconi ou Sarkozy, etc. A maioria dos Governos em exercício são penalizados, como começou por acontecer nos EUA e aconteceu ontem por toda a Europa. No geral, infelizmente, não houve a percepção clara de que as receitas conducentes à crise tiveram origem num ideário de direita. Na crise, os partidos não possuem receitas eleitorais infalíveis, é tudo demasiado volátil.
Falou-se muito pouco da Europa. Lembro-me que Vital Moreira tentou colocar à discussão uma velha proposta, o imposto europeu, parecido com a taxa Tobin que o BE antes defendia, e desatou logo tudo aos gritos... Hoje só se referem às consequências caseiras dos resultados de ontem. Hoje ninguém fala da UE, um dos projectos mais extraordinários da história das nações, onde se consolidou a maioria da direita que trouxe a crise.
Acredito que as pessoas que não foram às urnas terão outra motivação quando estiver em causa a governabilidade de um país pobre, com falta de qualificação das pessoas e das organizações, com um Estado insuficiente. Será que os portugueses querem que Ferreira Leite represente Portugal? Será que os cidadãos portugueses quererão a esquerda comunista a fazer um segundo PREC?
Há uma missão do "povo de esquerda". Temos de compreender o fenómeno de fragmentação da esquerda que levou ao estado lastimoso, por exemplo, da esquerda francesa. Não podemos permitir o surgimento de uma paisagem política à francesa, com uma direita instalada e sem oposição. Opções à esquerda(?) - foram bloquistas que chamaram "traidor" a Vital na Manifestação de 1 de Maio, "traidor" por deixar de ser comunista...

4 de junho de 2009

Campanha errante

Ultimamente, ando muito viajado

1 de junho de 2009

Alta Velocidade

Hoje Paulo Portas disse “há quem diga TGV, TGV, TGV”, e concluiu, “nós dizemos Pequenas e Médias Empresas”. A verdade é que a Alta Velocidade (AV), entre outras coisas, serve, precisamente, para arranjar trabalho às empresas. Aliás, hoje também, Ilda Figueiredo visitou uma fábrica de manutenção de meios ferroviários e correu-lhe mal, pois ouviu um trabalhador dizer que ansiava pela chegada das linhas de AV a Portugal, para ter mais trabalho. É óbvio.
Sou adepto da Alta Velocidade por várias razões. Desde logo, não podemos ficar orgulhosamente sós, desligados da rede europeia de transportes, até porque as nossas linhas tornar-se-ão obsoletas, incompatíveis, para as ligações com Espanha.
O transporte dinamiza a mobilidade europeia de pessoas (empresários, turistas, massa cinzenta...) e de mercadorias. Permite Lisboa-Madrid (3h); Lisboa-Porto (1h15m) e, espero, Aveiro-Madrid (2h), favorecendo o crescimento económico e a coesão territorial europeia.
Claro que esta questão do investimento público é também ideológica. Eu não tenho preconceitos quanto ao investimento público, muito menos em obras estruturantes, benéficas para a fixação de plataformas logísticas, empresas e, com efeito, empregos, num momento em que precisamos do Estado para combater a crise e criar emprego, também qualificado, neste caso.
O exemplo da minha perspectiva, como aveirense: desejo que venha uma linha de Madrid até à estação prevista para o meu distrito. O porto de Aveiro tornar-se-ia fundamental para a Europa, particularmente para a Península Ibérica. E nas praias e lojas de Aveiro aumentarão a quantidade de espanhóis aos fim-de-semanas e no Verão.
No mundo desenvolvido é assim. Há dias, Barack Obama apresentou um projecto de 8 biliões de dólares para aplicar a AV num território dos EUA. É uma grande aposta da Nova Administração. Noutros países, como em França, as comunidades mobilizam-se em manifestações e petições para conseguir que a AV pare nas suas terras. Encontrei a de Auvergne, no outro dia, com o slogan “Le TGV en Auvergne cést possible”. Taywan liga pólos tecnológicas com AV, é uma forma de ligar clusters de inovação, de ligar regiões, cada qual, com a sua área de vanguarda.
Para além de tudo é um comboio amigo do ambiente, movido a energia mais sustentável e oferece viagens a várias horas do dia e mais baratas que um bilhete de avião.

30 de maio de 2009

A Europa em discussão

Ao longo desta campanha tenho tido a oportunidade de debater a Europa em várias plataformas de comunicação e em vários formatos. Ontem respondi para o PNETPolítica (http://pnetpolitica.pt/). Já agora, visitem o blogue ovalordasideias.blogspot.com.

26 de maio de 2009

PSD de Ferreira Leite não gosta e abdica de Comícios

Como é possível ser-se político quando não se tem a capacidade de estar com os outros e abraçá-los?

24 de maio de 2009

Bem feita!

5 de maio de 2009

Como chegar aos 10 por cento?

Tenho dúvidas crescentes sobre se o PCP e o Bloco de Esquerda (Movimento Ruptura) teriam a mesma reacção se Paulo Rangel se tivesse dedicado a celebrar o Dia do Trabalhador. Curiosamente ou não, nunca criticam o PSD nas suas intervenções inflamadas. Há uma ambição na política partidária que impede alguns partidos de se afirmarem com ideias, antes com estratégias calculistas, independentes da ideologia. Mas há ainda uma luta com contornos especiais - o combate à maioria absoluta do PS. Curiosamente na última sondagem os pontos percentuais (leia-se "votos") da CDU passam para o PSD...

30 de abril de 2009

Ai agora aparecem?!

“Meus filhos, sejam extremamente mal-educados para visitantes das Escolas e depois tenham muito medo do senhor mau que vos vais fazer perguntas. Estamos orgulhosos.”

Aceito que poderá ter sido desnecessário questionar os alunos acerca do que se passou na Escola de Fafe, mas o aparecimento público dos pais dos estudantes que atiraram ovos, gritaram impropérios e tiveram comportamentos agressivos, para dizerem que estão chateadíssimos com a Inspecção-geral da Educação é sensacional.

É importante preservar o bom hábito das manifestações de insatisfação/inconformismo na nossa democracia e, simultaneamente, continuo a considerar que os pais deviam ser co-responsabilizados pelos comportamentos inadequados dos alunos, como acontece em alguns países. Só assim não temos de esperar gerações para que certos paradigmas de mentalidades mudem, no sentido de fazer com que os pais valorizem a Escola e as qualificações dos filhos, com as implicações que terão nas suas vidas pessoais e profissionais. Acho mesmo que isto é determinante para o sucesso do nosso país, pois os órgãos de gestão e os professores per si são insuficientes para valorizar as funções da Escola.

27 de abril de 2009

A mordaça de Rangel

Ó candidato Rangel, esta história da mordaça já perdeu a piada, não sei porque insiste em repeti-la quando já ninguém lhe liga... Tem que inventar outra graçola ou brejeirice das suas.

26 de abril de 2009

Aposta nos genéricos

O Estado vai comparticipar a 100 por cento os medicamentos genéricos a reformados com rendimentos inferiores ao Salário Mínimo Nacional, ou seja, 450 euros por mês. Segundo o Governo, esta medida entrará em vigor, no máximo, a 1 de Julho, custará aos cofres públicos cerca de 40 milhões de euros e vai abranger cerca de um milhão de pensionistas. Esta medida é absolutamente extraordinária no apoio aos mais desfavorecidos e é verdadeira política socialista na área da saúde.

25 de abril de 2009

O blog é uma arma

22 de abril de 2009

PSD: um partido da Europa de HOJE?!

Mais do que nunca, é urgente mobilizar os jovens e o país em torno de ideias em prol da dignidade humana, da integração, da democracia, de políticas para os jovens, de modernidade na Europa, de respeito e igualdade e rejeitar as ideias deste vídeo paradigmático.


13 de abril de 2009

Abanar consciências

Os sismos que se têm verificado na Europa não surgem por acaso. Não me parece que seja fantasioso, alarmista ou exagerado da minha parte associar estes eventos aos desiquilíbrios decorrentes das alterações climáticas. É bom que este período não ponha em causa as políticas verdes, identitárias até, da União Europeia, em detrimento das de combate à crise, na medida em que estamos a falar de duas crises que precisam de respostas poderosas e globais.

11 de abril de 2009

Eleições Europeias

Antes de mais, uma manifestação de interesse: integro a lista dos 29 candidatos do Partido Socialista para as Eleições Europeias. Aproveito também este espaço para apelar ao interesse de todos pelas iniciativas que nos permitirão debater a União. Está muito em jogo. Mobilizem-se, participem, debatam, sugiram, discordem... é importante que a Europa esteja na ordem do dia, pois isso seria proporcional à importância que tem para Portugal e para os portugueses.

3 de abril de 2009

Pensamento II

"Tom Sawyer hoje em dia, para vender, tinha de passear no Mississipi num bote repleto de dinamite. Heidi, para poder passar na TV, tinha de transportar consigo mais de meia dúzia de granadas debaixo do saiote. Os três porquinhos para serem vendíveis no século XXI teriam de ser karatecas de altíssima competição e portadores de, pelo menos, duas uzis e três shotguns. A Branca de Neve só conseguiria alcançar a fama se, em vez de morar com os sete anões, habitasse com os sete guerreiros do planeta XirionZ, todos eles armados até aos dentes com pistolas automáticas. Razão para alarme? Nada disso. Ainda não houve nenhum jovem português a entrar armado numa escola disparando sobre colegas, professores e funcionários. Mas já houve americanos. E finlandeses. E alemães. O que nos vale são os (Marlon) brandos costumes." (excerto de post no oreivaipudico.blogspot.com)

Assunto Vital

Assisti a uma intervenção de Vital Moreira em Viseu. Fiquei deslumbrado com a sua capacidade pedagógica e com o discurso perfeitamente escorreito, organizado e completo sobre a Europa. Tinha colocado dúvidas acerca da sua capacidade de mobilização, mas entendo agora que foi benéfica a sua apresentação pública com a antecedência necessária, pois tem tempo para percorrer o país, agregar e seduzir as pessoas com os discursos que apresentam também as linhas de orientação do seu programa político. Pode ser a pessoa que precisamos para que a generalidade dos cidadãos entenda as questões europeias e se interesse por elas. Isto de conciliar as pessoas com a Europa, não é só treta retórica gasta, é um assunto de Vital importância.
Vital falou de cidadania europeia, da crise e das responsabilidades da Europa, de jovens estudantes no mercado europeu, do programa Erasmus, dos serviços públicos, dos tratados, da arquitectura institucional, dos grupos de partidos europeus, dos fundos que afectam os saneamentos básicos..., dos tarifário dos telemóveis, dos mestrados europeus, da qualidade de vida, da segurança alimentar, das fronteiras da Europa, da Justiça, etc, etc... De tudo o que nos parece longe e de tudo o que nos é próximo e que decorre da nossa cidadania europeia e "Nós, europeus" é um bom lema para a sua campanha. Note-se também a lisura e inteligência com que trata e se distingue dos adversários eleitorais.
Parece que o PSD e o CDS que ficaram definitivamente sem programa depois desta crise, pois não terão coragem para defender a visão conservadora que possuem sobre a Europa, defendendo a pouca intervenção do Estado, a privatização dos serviços públicos, dos bancos públicos, etc. Quanto ao BE e à CDU fico à espera para perceber a dimensão do seu preconceito em relação á União Europeia.

27 de março de 2009

Lula e a crise

Lula da Silva encontrou-se com Gordon Brown e disse:
A crise financeira internacional foi criada por “gente branca e de olhos azuis”... “Não conheço nenhum banqueiro negro ou índio”.
“Não é possível uma sociedade em que você entra no shopping ou no aeroporto e é filmado, sempre vigiado, e o sistema financeiro não ser vigiado e não ter uma regulação.”

23 de março de 2009

A audácia da esperança

E assim, Obama prossegue a sua senda em prol da paz global: vídeo do público.pt

15 de março de 2009

Apelo ao (não) voto

Os movimentos de professores aprovaram uma proposta de realização de um crachá a dizer "Sou professor não voto em Sócrates". Afinal, é ingénuo quem julga que os movimentos citados preferem gastar dinheiro em crachás ou debates sobre as justas reivindicações relativas à carreira docente. O seu dinheiro tem servido para pagar processos em tribunais para suspender leis aprovadas pela República, substituir-se a partidos e pagar crachás alusivos às legislativas, vender mensagens de tranquilidade para a Escola, como a ameaça de não avaliarem os alunos, etc.
Concordo com algumas reivindicações, mas os professores têm de perceber que a forma como as coisas vão acontecendo serão sinais de que estão a ser instrumentalizados para fins eleitorais.

13 de março de 2009

Aníbal Comentador da Silva

Questionado sobre a crise actual, Cavaco Silva lançou no outro dia esta pérola: Ai, agora não falo sobre isso, "porque estou a escrever uns artigos". Perdão?! Mas o Presidente da República evita responder a perguntas porque anseia acudir-nos na qualidade de grande comentador da crise? Sou capaz de jurar que essas não são as suas atribuições. Podia manifestar confiança em relação ao futuro, aos portugueses, etc, mas preferiu anunciar que vai aparecer em grande com "uns artigos" da sua Exma. autoria.

12 de março de 2009

Ilunga

Carlos Candal insurgiu-se ontem contra o facto de Manuel Alegre ainda não ter levado "um chuto" do PS. Há tempos cerca de mil tradutores de todo o mundo consideraram que saudade é a palavra portuguesa mais complicada de traduzir e ilunga, vocábulo da República Democrática do Congo, a mais difícil de traduzir de todas as palavras do mundo. Ilunga significa aquele que está disposto a perdoar uma pessoa à primeira, a tolerá-lo à segunda, mas nunca uma terceira. Manuel Alegre, agora, até diz que, se pudesse, candidatava-se contra o actual Primeiro-ministro. José Sócrates tem saudades do Manuel Alegre solidário no PS e é um ilunga paciente que demora a alcançar a terceira fase do seu significado.

11 de março de 2009

Nós, sabemos.*

Pinto Monteiro criticou a redacção proposta para o regime aplicável à prevenção da violência doméstica, pois tem "muitas redundâncias" e erros terríveis como vírgulas entre o Sujeito e o Predicado. Tem razão, muitos políticos escrevem mal e alguns textos chocam-me mesmo. Neste domínio, há coisas incompreensíveis nos mais altos orgãos do país.
* Não se usa vírgula: a) entre sujeito e predicado; b) entre o verbo e os seus objectos.

10 de março de 2009

A única coisa que temos de temer

Ao ouvir ontem o pessimista profissional Medina Carreira a ser entrevistado por Mário Crespo, lembrei-me que nunca é demais apelar ao melhor discernimento político neste período difícil à escala global. A crise de 1929 possibilitou o surgimento de discursos populistas (fascistas e nazis) que mobilizaram massas e permitiram mesmo que alguns chegassem ao poder por intermédio de eleições livres. Os democratas devem evitar a generalização da falta de confiança. A frase gasta de Roosevelt diz sempre tudo: “the only thing we have to fear is fear itself”. Yes, we can.

7 de março de 2009

Sempre na ordem do dia

O Ministério da Educação está sempre na ordem do dia e, infelizmente, desta vez, pelas piores razões. Não importa de quem é a culpa, na medida em que é apenas inadmissível: o Ministério solicitou a remoção de software associado a uma aplicação de um jogo instalada nos computadores Magalhães após a detecção de graves erros de português, segundo uma nota hoje divulgada. Já tinha identificado alguns erros e também já entendi que é inútil dissipar dúvidas por mail. Tem sido uma confusão, desde as sms da Prológica às prestações para os pais (muitas com a atribuição errada dos escalões), a definição das responsabilidades dos professores, dos Agrupamentos... É pena que este programa, tão útil, tão inovador esteja a passar por este descrédito absolutamente evitável. E não se esgota no e-escolinha, a maioria dos alunos ainda não tem código do e-escola para levantar o seu computador. Que se resolva o problema rápido e que se atribuam rápido os computadores aos alunos (é necessário entender as expectativas que se criam nos estudantes e nas suas famílias). Deve haver uma parte deste Ministério que claramente não trabalha bem, pois estas são falhas de principiante, como foram alguns erros técnicos, depois corrigidos, na avaliação dos professores. De qualquer modo, resolva-se o problema e não se aproveite para criticar outras (boas) medidas do MEdu, que são a maioria.
Nota: espero que os fantásticos 2001 - Uma Odisseia no Espaço e Laranja Mecânica que passam hoje no canal 2, ao contrário dos jogos no Magalhães, estejam bem traduzidos, pois isso seria, igualmente, criminoso.

6 de março de 2009

Calma, Zé!

Depois do episódio de ontem no Parlamento, o Deputado José Eduardo Martins veio hoje pedir desculpa a todos os Deputados, com excepção do Deputado Afonso Candal a quem, entre outras coisa mandou "para o car..." em pleno hemiciclo. Seria interessante que ele dissesse alguma coisa sobre o dia em que também chamou "palhaço" ao Primeiro-Ministro a meio de um debate parlamentar, de forma aliás bem audível em todos os telejornais. É natural que algumas pessoas manifestem alguma veemência na defesa das suas ideias num espaço de liberdade como é a Assembleia da República, mas esta última situação, nem defesa da honra merecia. Em oposição a essa liberdade há a censura pela omissão da situação nas actas, como já se fala. Não é caso isolado, temos assistido a campanhas de crescente violência nas manifestações de oposição ao governo e na forma como o PSD e a sua juventude política as fazem... A verdade é que este partido vive mergulhado num profundo estado de ansiedade.

5 de março de 2009

Obrigado

Fui nomeado, na área de Política, para receber uma Vaga d’Ouro, os Óscares do meu concelho, a nossa gala de glamour holiwoodesco. É muito raro, mas de vez em quando somos reconhecidos nos meios mais adversos. Este post serve para partilhar o reconhecimento com quem me acompanha nas ideias e nas lutas.

28 de fevereiro de 2009

Avô cantigas a caminho da Europa

Vital Moreira é o cabeça de lista do Partido Socialista para as eleições europeias. Do ponto de vista intelectual, é uma boa escolha para a esquerda progressista. Contudo, não pondo em causa a inegável qualidade política de Vital, qual será a dimensão do reconhecimento popular do conimbricense? A terna colagem ao avô cantigas pode ajudar, mas será suficiente?

24 de fevereiro de 2009

Claro...

Outra coisa não seria de esperar, mas é sempre importante deixar claro que tudo o que tem sido feito no apoio ao sistema bancário, aqui e noutros países, visa, essencialmente, proteger os depositantes e não a gestão arbitrária de fortunas pessoais.
"O ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, anunciou hoje, em declarações à RTP, que “a viabilidade do BPP não dependerá das decisões do Governo”. A tutela emitiu um comunicado onde explica que, a partir de agora, o Governo se vai excluir da promoção de uma solução para a gestão de carteiras de investimento da instituição por considerar que não deve utilizar “fundos públicos para solucionar um problema associado à gestão de fortunas pessoais”. Apesar disso, os depósitos estão assegurados, refere o ministério." - Público, 23/02 (ver mais)

20 de fevereiro de 2009

Bom senso na Saúde

As taxas moderadoras pelas cirurgias ou internamentos são daquelas coisas menos socialistas que o PS já fez. Não fazem sentido algum e, na verdade, nada têm de pedagógico, sejamos sensatos...

12 de fevereiro de 2009

Soft power?

“We’ll strive to act preventively, not preemptively.” (Joe Biden)
Precisamente como tinha sugerido num post anterior, o novo vice-presidente da Administração americana veio confirmar a vontade de patrocinar o retorno a uma política de soft power.

Para que serve o PCP?

Acerca da questão do casamento civil entre pessoas do mesmo sexo, o Partido Comunista Português afirmou que “não é altura para colocar o debate na agenda!”. De facto, e eu diria cada vez mais, este partido português manifesta-se como uma indecorosa força de pseudo-esquerda, anti-progressista, que só serve, desde o 25 de Novembro de 1975, para anunciar que é contra tudo o que o PS defende. Quando se usa o porventura sedutor argumento de que, neste momento, há outras prioridades, não entendo como é que esta ideia, na prática, impede que outras, nomeadamente as de combate à crise, sejam implementadas. Incrivelmente, o PCP, hoje, instrumentaliza a opinião da Igreja Católica numa série de assuntos que resultam em reuniões com os bispos sobre as tensões na Educação, a posições públicas sobre o casamento civil gay… ou seja, está desesperado pela subida do BE nas sondagens.

26 de janeiro de 2009

Assisti novamente à tomada de posse do 44º presidente dos EUA. O país tem uma democracia, para o bem e para o mal, absolutamente fascinante. Desde mecanismos únicos de democracia participativa com os congressistas, senadores ou ao nível estatal à capacidade de mobilizar a população em torno de ideais, conservadores ou progressistas, como aconteceu com Obama. O novo presidente não vai alcançar tudo o que esperam dele, porém algo vai mudar e já começou com Guantanamo. A curto prazo, a durabilidade da crise económica, principalmente, e a continuidade do conflito crónico na faixa de Gaza dependerão, em grande medida, das opções políticas de Obama.
Estou expectante em relação à tão propalada preferência pelo multilateralismo, apesar do conceito ser suficientemente lato. Julgo que assistiremos a uma espécie de détènte ainda mais criativa que não ponha em causa a evidente liderança do país na ordem mundial. Constatação que considera todas as esferas do poder e apesar da emergência de novas potências estatais, regionais ou potenciais coligações. Obama não provocará guerras preeemptivas ou preventivas, mas a necessidade de manter o papel de liderança dos EUA não ficou de fora do discurso de tomada de posse. Serão os isqueiros de Obama, made in China, vendidos nas ruas do país o primeiro sinal visível do seu multilateralismo?

23 de janeiro de 2009

Justiça chinesa

A China é a grande “ameaça” ao mundo unipolar e esta potência que pretende mudar a Ordem Mundial acaba de condenar à morte mais uns quantos (caso do leite contaminado com melanina). Por um lado, desejamos um mundo multipolar e, por outro, instala-se o receio de que esta cultura que ofende os direitos humanos se alastre ou, no mínimo, não sofra crescentes pressões no sentido de se reformar.

22 de janeiro de 2009

A great step for mankind - parte II

Barack Obama já protagonizou alguns dos mais brilhantes discursos políticos de sempre. Ficarão na história aquele em que falou de racismo pela primeira vez na campanha eleitoral, aquele que fez em Berlim, a primeira vez que ganhou um estado, etc. O discurso de tomada de posse não foi particularmente fascinante, mas é importante não aumentar ainda mais as expectativas, pois os tempos não são fáceis. De qualquer modo, este dia foi histórico, isso é unânime. Yes, we can change!

7 de janeiro de 2009

Vamos lá aproveitar agora

Três horas de pausa na guerra na Faixa de Gaza - isto é brincar às preocupações humanitárias… Mais uma vez foram os Estados Unidos a inviabilizar uma posição do Conselho de Segurança das Nações Unidas, por alegadamente responsabilizar demasiado Israel. E tudo continua, fase atrás de fase, com os mesmos de sempre a sofrerem bombardeamentos. Vamos lá aproveitar agora que estamos com uma crise mundial e o mundo impotente, preocupado com a crise, apesar de manifestações pontuais de quem não tem poder para intervir ou decidir o futuro da região em conflito.

2 de janeiro de 2009

O Presidente da República numa espécie de silly season

Quanto à mensagem de ano novo, julgo que foi normal, aludiu ao importante e sublinhou a necessidade de não nos abatermos neste momento de crise com repercussões na economia real.
Quanto ao resto, a importância que dou ao amuo sobre o Estatuto dos Açores é a seguinte:
000000000000000000000000000000000000000000000000000
De qualquer modo, pela visibilidade que deram à situação, tenho a dizer o seguinte:
Os seus assessores, desta vez, aconselharam-no a não abrir os telejornais, pois isso dava muito nas vistas e poderia insinuar que outros assuntos da actualidade eram menos importantes... foram espertos... (mas o Presidente não abdicou de fazer uma intervenção de mais de 7 minutos)
Aborrecido, Cavaco usou uma linguagem excessivamente agressiva contra o Parlamento: a votação na Assembleia resulta de "interesses partidários de ocasião" que se sobrepuseram ao "superior interesse nacional", foram "razões meramente partidárias", o que o Parlamento fez é "absurdo"... A Assembleia, teoricamente, é a expressão máxima do interesse nacional e há figuras do Estado que devem ser mais moderadas quando não conseguem provar certas conspirações...
A ver vamos se o estatuto está ou não ferido de inconstitucionalidade, mas sinceramente não me parece relevante se o Presidente da República tem de auscultar (e sublinho, "auscultar") mais uma pessoa ou duas para dissolver uma Assembleia Legislativa Regional ou se a Assembleia Nacional não pode mudar qualquer disposição contra a vontade dos deputados regionais (parece-me que isso também é o aprofundamento da autonomia prevista na Constituição, mas como não sou constitucionalista...).