12 de fevereiro de 2009

Para que serve o PCP?

Acerca da questão do casamento civil entre pessoas do mesmo sexo, o Partido Comunista Português afirmou que “não é altura para colocar o debate na agenda!”. De facto, e eu diria cada vez mais, este partido português manifesta-se como uma indecorosa força de pseudo-esquerda, anti-progressista, que só serve, desde o 25 de Novembro de 1975, para anunciar que é contra tudo o que o PS defende. Quando se usa o porventura sedutor argumento de que, neste momento, há outras prioridades, não entendo como é que esta ideia, na prática, impede que outras, nomeadamente as de combate à crise, sejam implementadas. Incrivelmente, o PCP, hoje, instrumentaliza a opinião da Igreja Católica numa série de assuntos que resultam em reuniões com os bispos sobre as tensões na Educação, a posições públicas sobre o casamento civil gay… ou seja, está desesperado pela subida do BE nas sondagens.

4 comentários:

Joana Pinto disse...

Olá Bruno!
Esta questão,tal como a eutanásia,é mesmo melindrosa e delicada.Reafirmo aqui a minha opinião favorável à livre decisão das pessoas sobre o assunto.Soua favor, portanto.
Quanto à partidarização destes temas,ouvi ontem,na RTP,no "corredor do Poder",que o PS teve a oportunidade de fazer passar na AR a questão do casamento homossexual.Não o fez porquê?
Depois,e agora uma questão mais pessoal,concordas com o que se tem escrito sobre Louçã ser um populista?Refiro-me a artigos na Sábdo, por ex., de P.Pereira.

Joana Pinto disse...

Esqueci-me de pedir uma informação que não consegui encontrar no sítio oficial da JS: existe uma newsletter?Gostava de receber,se existir.
Bjo*

Bruno Julião disse...

Oi Joana.

O Francisco Louça é, sem dúvida, populista e um bom comunicador, mas não li em que moldes foi a análise do P.Pereira... Sei que tem uma equipa que lhe prepara bem as frases que diz nas intervenções e que aparecem nos telejornais.

O BE tem também lutas interessantes e algumas ideias progressistas que o PS tinha o dever de aceitar, como foi o caso do casamento homossexual que já esteve em debate no parlamento. De qualquer modo, as pessoas não sabem que houve muito debate com o BE antes dessa proposta ir ao parlamento para se tentar fazer uma iniciativa parlamentar conjunta e o BE não aceitou, quis avançar sozinho para “caçar eleitorado” antes que o PS apresentasse a proposta…

O BE tem um líder que se perpetua e acentua um certo gosto pelo contra-poder que lhe dá uma dimensão de oposição com trabalho fácil, pois vive da desconstrução das iniciativas de quem governa, principalmente em momentos de crise. O afastamento do vereador de Lisboa foi paradigmático.

A JS tem uma newsletter para militantes e vai ter outra, em breve, para todos os interessados. Quando assim for incluir-te-ei na base de mails, tá?

Bjos

Joana Pinto disse...

Ok!Gostei do teu esclarecimento.Obrigada!