24 de dezembro de 2008

Salários

"Manuela Ferreira Leite ganha mais do que José Sócrates."

A pessoa que disse que o aumento do salário mínimo foi uma irresponsabilidade do Governo ganha cerca de 11.500 euros por mês.

Ainda diz Almeida Santos que os políticos ganham mal...

15 de dezembro de 2008

10 de dezembro de 2008

Subida do défice

A meio de 2009, os preços podem baixar e as famílias portuguesas vão auferir aumentos nos rendimentos. Ontem, o INE revelou que a economia recuou 0,1% entre Julho e Setembro e para reanimar a actividade o governador do banco central pede ao Governo para aumentar a despesa pública.

Era bom que não fosse conjuntural e que fossem acabando os preconceitos teóricos contra a subida do défice. Bruxelas, obviamente, não tem outra alternativa.

Novos públicos

Antes da reunião com o Ministério da Educação no próximo dia 15, a Plataforma Sindical foi recebida em Fátima pelo presidente da Conferência Episcopal Portuguesa. Não tenho nada que estranhar uma reunião entre comunistas e bispos, parece-me, no entanto, que a adopção destas “estratégias” por parte de Mário Nogueira espelham as dificuldades que tem tido em convencer a opinião pública.

6 de dezembro de 2008

Desilusão?

Este é um artigo de opinião de um militante do PS e, com efeito, dirão muitos, potencialmente tendencioso. De qualquer modo, é uma visão acerca do afastamento do Zé das listas do Bloco para Lisboa. Pessoalmente, tenho de admitir que esta atitude do BE foi para mim uma desilusão...

José Lello, hoje, no DN:

O Bloco de Esquerda despejou há pouco tempo um seu eleito que em tempos já fez muita falta. Dedicou-se demasiado a Lisboa e ao compromisso eleitoral que assumiu, e isso foi-lhe fatal. Afinal, o mandato não era do eleito, mas sim do partido! O curioso é que estes sinais de intolerância democrática são olhados por alguma esquerda bem-pensante com paternalismo, como se de mero exotismo se tratasse. O PCP pode invocar o marxismo, o leninismo, o centralismo, o regresso das nacionalizações e outros arcaísmos que ninguém liga, como se isso não tivesse significado. Mas se em relação ao PCP só não vê quem não quer ver, já o Bloco de Esquerda é uma espécie de ovni, isto é, um objecto ainda por identificar, com um líder que se perpetua e uma moldura ideológica radical mas furtiva, o que leva uma certa burguesia urbana e intelectual vagamente altermundialista, que cultiva o gosto pelo contra-poder, a rever-se no partido. Ora, quem se assume como contra-poder não pode ter cultura de poder, porque vive da contestação e da desconstrução das iniciativas de quem governa e também do ataque à integridade de pessoas, na boa herança do esquerdismo radical. (continua)

30 de novembro de 2008

Um terço dos portugueses faz formação contínua

Na escola para progredir nos estudos, em cursos profissionais, em seminários ou em acções de reciclagem, três em cada dez portugueses dizem ter realizado alguma tarefa formativa nos últimos 12 meses. E os que o fizeram ao nível da educação não formal gastaram menos de quatro dias. Profissionais mais qualificados são os mais participativos Três em cada dez pessoas participaram em acções de formação em 2007, revela o Inquérito à Educação e Formação de Adultos, do Instituto Nacional de Estatística (INE)... (continua; DN - hoje)

Líder do Conselho de Escolas diz que avaliação será realidade

Álvaro dos Santos contraria moção aprovada que pedia a suspensão do processo. Presidentes de Conselhos Executivos receiam que Simplex crie ainda mais dúvidas"Há professores que querem ser avaliados e temos de garantir que isso é feito. Penso que o processo de avaliação será uma realidade ainda este ano lectivo."... (continua; DN - hoje)

29 de novembro de 2008

Prós e Contras

A utilidade do programa Prós e Contras da RTP é inegável. O último foi acerca da Avaliação dos Professores.
Continua-se a falar a dois níveis: a FENPROF sobre a ideologia do modelo e o Ministério sobre a sua operacionalização.
Considero, sinceramente, que há total legitimidade dos professores em continuarem a lutar por algumas matérias, como são os casos da formação dos professores avaliadores, mas isso não lhes dá razão para continuarem a não cumprir a Lei num Estado de Direito, porque isso é um “truque” que não pode provocar um precedente.
Vi, uma vez mais, a esmagadora maioria dos professores a não conseguirem falar da lei em si, da sua aplicação, dos detalhes da lei, das suas eventuais dificuldades de implementação, dando a entender que só ouviram os discursos generalistas de Mário Nogueira nos telejornais e que não a conhecem. Este último esteve bem comportado. E disse, pressionado a responder, que estava disposto a negociar sem chantagens. Na manifestação do dia seguinte afirma que só avançavam para a negociação se o processo actual for suspenso. Afinal, em que ficamos?
Um professor de Filosofia, que parecia todo modernaço, diz “tretas” praqui, “tretas” prali e a cereja em cima do bolo foi quando afirmou, sapientemente: “Estão a valorizar as TIC, isso são tretas. Se eu utilizar as TIC estou a dar cabo de uma aula!”.
Houve também uma professora que falou em chantagens que os professores que aceitavam a avaliação eram alvos quando lhes dizem na Escola: “Não me digas que és a favor deste modelo de avaliação?!”.
Na manifestação do dia seguinte ao programa, fizeram uma entrevista em directo a uma professora na manif que explicou a grande razão pela qual estava a lutar. Passo a citar: “este é um modelo castrador de criatividade”. E mais não digo...

Penso que o bom senso tem de imperar e que a manutenção deste modelo iria servir, nada mais nada menos (porque este ano já não tem repercussão na progressão das carreiras ou nas candidaturas), para procurar sanar as eventuais restantes dificuldades. Por seu turno, os professores têm de conseguir explicar (melhor) aos portugueses interessados e inteligentes porque estão contra, porque caso contrário…

21 de novembro de 2008

Avaliação dos Professores

Os professores são um corpo especial, uma classe profissional altamente heterogénea, num país com escolas muito diferentes e com uma complexa gama de propostas de percursos escolares. Por isso é que os professores não são contemplados pelo Sistema Integrado de Avaliação da Administração Pública (SIADAP). Com efeito, não é certamente fácil construir um regimento para avaliação dos professores. Por outro lado, é dever de um grupo ministerial especializado fazê-lo sem erros técnicos e com conhecimento cabal do mundo real das escolas.
É evidente que as reformas são mais difíceis de concretizar e, por vezes, tornam-se injustas, quando a maioria dos seus destinatários está contra. Mas vamos imaginar que, agora, sempre que há vontade de criar uma legislação para determinada classe profissional, particularmente na Educação, os destinatários já sabem o truque: não cumprir a lei. Isto é perigoso. Tem que se encontrar um ponto de equilíbrio e os partidos políticos que se associem à FENPROF têm de justificar bem a sua posição. Neste momento é importante que ninguém extreme posições, nem o Ministério, nem os parceiros educativos. O bom senso tem de imperar e se a FENPROF abandona outra reunião ou só falar se houver uma proposta de suspensão não sei se representará os professores e assim realmente não vale a pena ser chamada de “parceiro”… Mário Nogueira, militante comunista de referência, que conheci bem e com quem trabalhei no associativismo académico, é um manipulador nato e os seus jogos de palavras são suficientemente argutos para mobilizar. Penso que tem demonstrado um comportamento excessivamente arrogante e até mal-educado em determinadas ocasiões. O Ministério também não terá sido feliz na forma como reagiu a algumas manifestações.

Por seu turno, o objectivo dos partidos que imitam o discurso da FENPROF é óbvio: provocar consequências na imagem do governo por razões eleitoralistas. É claro como água, pelo menos por parte do PSD que tem muitos militantes a favor das políticas deste Ministério da Educação. É preciso conhecer as propostas ou os modelos concretos que os partidos defendem. Não basta contestar, com ideias muito, muito vagas. Nunca lhes ouvi um discurso com propostas de alteração ao que consideravam errado na Lei, pois é mais fácil dizer “há outros modelos”, “nem que seja piores, mas há outros”, como há dias deixou escapar Manuela Ferreira Leite.

Na minha opinião, a Lei não pode ter um carácter exclusivamente formativo e não ter implicação na progressão e nas candidaturas. A FENPROF sugere que caso um professor tenha um Insuficiente não progrida na carreira, mas quando voltar a ter uma avaliação que lhe permita progredir, recupera, automaticamente, os anos que não progrediu por avaliação insuficiente. Ora, isto é estupidamente injusto e serve muito pouco o ensino. E, já agora, ao contrário da FENPROF, concordo com a observação das aulas, com a implementação de quotas para as melhores classificações, com a atenção à assiduidade, com o contemplar de aulas assistidas na avaliação (as mínimas possíveis), etc.

Os pais que estão contra, é pela simples razão de que querem paz nas escolas, não é porque concordam com a FENPROF. Julgo que a esmagadora maioria é naturalmente favorável à avaliação, até porque muitos são avaliados no seu trabalho e querem que os educadores dos seus filhos também o sejam, o mais rápido possível…

É claro que a proposta governamental tinha problemas, vou tentar mostrar o meu ponto de vista sobre alguns:

Problema A: excessiva complexidade das fichas, carga burocrática e tempo exigido para a avaliação.
Contexto: Se tivermos em consideração a quantidade e complexidade de mecanismos e procedimentos a despoletar (observações, entrevistas, reuniões...) há/havia uma despropositada carga burocrática. A pressão que se exerceria sobre os professores, em particular nos momentos em que se desencadeia o processo de atribuição das classificações, seria um relevante factor de instabilidade, com reflexos na sua prática lectiva, bem como em todas as restantes tarefas que fazem parte das suas funções; os docentes avaliadores, seriam ainda mais pressionados, pois enquanto avaliam estão, igualmente, a ser avaliados e, simultaneamente, continuariam a ter de desenvolver toda a actividade lectiva e não lectiva que lhes está atribuída, inclusive os presidentes dos conselhos executivos. Reuniões para a fixação de objectivos de avaliação, aulas assistidas, registos anuais, acções de formação, preenchimento de fichas, entrevistas individuais, decisão sobre a aplicação das "cotas" são alguns dos procedimentos que deixariam pouco espaço para uma prática lectiva com a qualidade que se exige. Isto tudo, até porque os procedimentos classificativos têm um calendário apertado.
O modelo de avaliação reveste-se de enorme complexidade e é objecto de leituras por vezes difusas há ainda falta de informação cabal e inequívoca às perguntas que vão, naturalmente, aparecendo; Aliás, a Ministra admitiu que ouve erros técnicos na elaboração da lei. Os itens constantes das fichas têm de ser simplificados, até porque alguns não são passíveis de serem preenchidos.
Medidas apresentada pelo Ministério:
Rever e simplificar as fichas de avaliação e auto-avaliação, bem como os instrumentos de registo;
Dispensar as reuniões entre avaliadores e avaliados em caso de acordo tácito (quer sobre os objectivos individuais, quer sobre a classificação proposta);
A observação de aulas fica dependente de requerimento dos interessados e é condição necessária para a obtenção da classificação de Muito Bom ou Excelente;
Reduzir de três para duas o número mínimo de aulas a observar, ficando a terceira dependente de requerimento do professor avaliado;
Simplificar o regime de avaliação dos professores avaliadores e compensar nos respectivos horários a sua sobrecarga de trabalho.

Problema B: avaliadores que avaliam professores de outras áreas curriculares
Medida do Ministério: Garantir que os professores são avaliados por avaliadores da mesma área disciplinar.

Problema C: usar resultados de alunos e taxas de abandono na avaliação
Contexto: discordava também da utilização dos resultados dos alunos e o abandono escolar como itens de avaliação pela simples razão de que são indicadores injustos para escolas em meios mais desfavorecidos. As fórmulas previstas para minimizar este cenário (ter em consideração as notas do ano transacto, as notas às outras disciplinas, etc), minimizam, mas não eliminam este potencial cenário de desfavorecimento. Porque, caso contrário, se vivêssemos num país igual em todo o lado, também seria a favor de contabilizar este item para efeitos da avaliação.
Medida do Ministério: Dispensar, neste ano lectivo, o critério dos resultados escolares e das taxas de abandono, tal como recomendado pelo Conselho Científico da Avaliação dos Professores.

Por fim, não podemos dizer que este Ministério não ouve e não recua, acho que está mais que provado que isso é falso. Mais, está, no cômputo geral, a fazer um bom trabalho em várias áreas e não é fácil aparecer um Ministério da Educação que percebe sobre algumas coisas que a nossa Educação precisa. Houve, com este Ministério, uma diminuição da taxa de saída precoce no Ensino Secundário e da taxa de retenção no Ensino Secundário e no Ensino Básico; o número de alunos em cursos profissionais públicos quase que quadruplicou, representando quase 40% do total da oferta; 500.000 pessoas inscreveram-se voluntariamente no Programa Novas Oportunidades; houve um aumento histórico do número de alunos no Ensino Secundário e no Ensino Superior; houve um o aumento da oferta de Cursos de Especialização Tecnológica no Ensino Superior ou o reforço do número de alunos com mais de 23 anos; criaram-se as Actividades de Enriquecimento Curricular no Ensino Básico; ofereceram-se computadores a baixo preço para todos os estudantes; houve um reforço do apoio no abono de família; houve descontos de 50% nos transportes públicos para os estudantes, etc, etc…
Era importante que este trabalho não se “perdesse”, por causa da avaliação dos professores…

19 de novembro de 2008

Democracia? Suspenda-se

(continuação do meu post de 10 de Novembro)
"Eu não acredito em reformas, quando se está em democracia [pausa]. Quando não se está em democracia é outra conversa, eu digo como é que é e faz-se [pausa]. E até não sei se a certa altura não é bom haver seis meses sem democracia, mete-se tudo na ordem e depois então venha a democracia."

Este tipo de discurso e respectivas desculpabilizações, digo, releituras faz-me lembrar a forma como insultamos o “outro” de forma velada, em tom irónico-humorístico e depois dizemos: “Desculpa(e), foi a brincar…!!”. Penso que era mais fácil para o PSD dizer que a frase tinha sido infeliz do que andar a tentar arranjar desculpas. Até porque quem vê na televisão as declarações de Manuela Ferreira Leite não vê nela ponta de ironia. Ela quis dizer exactamente o que disse, sem resquício de ironia. MFL, como habitualmente, só não percebeu o alcance das suas palavras. Oiçam bem... Depois vejam a atrapalhação para dar a volta quando percebeu o que tinha dito...

Se estiver errado e “a coisa” foi dita de modo irónico, os assessores e amigos chegados de MFL que lhe peçam para nunca mais tentar ironizar. A sua permanente cara-de-pau fez com que se lhe colasse a imagem de alguém incapaz de manipular as regras do humor. As palavras de MFL são, convenhamos, com ironia ou sem ironia, manifestamente infelizes.

Mas MFL disse também “Eu não acredito em reformas, quando se está em democracia”. É aquilo que tenho vindo a defender sobre MFL – o programa política do PSD é fazer nada. Eu de facto não encontro explicação para quem ainda acredita que com MFL o país pode vir a melhorar. Em apenas uma semana, a senhora voltou a mostrar quem é. Primeiro foi o apetite pelo controlo dos alinhamentos dos jornais televisivos; ontem foi a história da pausa democrática. Vão ver que ainda há-de sair algo do género: «Aos blogues não devia ser permitida a escolha dos posts que vão publicar».

17 de novembro de 2008

Lutas da Escola

Para já, antes de postar um comentário mais elaborado sobre a Avaliação Docente, devo dizer que considero importantes para o Ministério as reuniões que têm decorrido com os Conselhos Executivos e aguardo por consequências... Quanto às reivindicações dos alunos... que saudades do tempo em que se lutava por mais acção social escolar, por melhores condições infra-estruturais nas escolas e que pena que não se lute hoje por manuais escolares mais baratos (por exemplo, adoptando sistemas de empréstimos)... Hoje, apresentam-lhes deveres (como faltar menos) e saem à rua, enfim... Concordo, no entanto, com as reivindicações alusivas á Educação Sexual.

14 de novembro de 2008

Últimas pérolas de Manuela Ferreira Leite


1ª pérola - “Não pode ser só a comunicação social a seleccionar o que se diz”
2ª pérola - “Enquanto o sistema de justiça não for eficaz, o polícia faz figura de palhaço; o polícia prende e o tribunal solta”
Reacções do…. PSD:
Mira Amaral: “quem não sabe ou não quer passar a sua mensagem nos media é melhor não se candidatar a cargos de liderança partidária, é melhor ficar-se pelos gabinetes…”
Ângelo Correia: “Não acredito que a senhora tenha dito isso. É seguramente falso que a presidente do PSD tenha proferido semelhantes declarações.”

13 de novembro de 2008

O regime na Madeira

Agora todos os professores levam um "Bom", medida tomada administrativamente por Alberto João Jardim. Sim senhor, os madeirenses devem estar orgulhosos de terem só professores Bons. Será provavelmente o melhor sítio do país, quiçá do mundo, para enviar as nossas crianças, de forma a terem uma qualidade de ensino que não têm em mais lado nenhum.

12 de novembro de 2008

"o presidente de todos os portugueses"

Cavaco Silva tinha-se mantido caladinho que nem um rato sobre a suspensão de um deputado na Assembleia Regional da Madeira, até que, pressionado, abre a boca para dizer: “a situação na Madeira tende para a normalidade”. Sobre os Açores fala, fala, veta, até interrompe as férias para ler comunicados no início dos telejornais e não manda o representante da República na Região falar por ele…

10 de novembro de 2008

Suspenda-se


O PSD tem feito muito nas últimas semanas para explicar aos portugueses o seu programa político para Portugal. E uma coisa temos que reconhecer: é um todo muito coerente. Vejamos:
O investimento público que recorra ao crédito? Suspenda-se.
O aumento do salário mínimo acordado na concertação social? Suspenda-se.
A avaliação de professores? Suspenda-se.
(post do País Relativo)

7 de novembro de 2008

No comments...

6 de novembro de 2008

Pedalar na Bélgica

A Bélgica, afinal, não é amorfa e desinteressante como julgava. Visitei apenas algumas cidades de referência: Bruxelas, Brugge e Gent têm o seu charme, mas ainda me falta, por exemplo, Antuérpia. Viajar é definitivamente viver a sério. Aprendi mais um estilo de vida: está frio, mas ninguém anda com gripe, apesar das radicais mudanças de temperatura do interior dos edifícios para o exterior… há sempre um cabide na casa de banho para pousar os casacos e também não se vê a luz do sol a rasgar o tecto de nuvens cinzentas, e com efeito, gastam mais dinheiro em electricidade (aquecimento e luz); as ruas e as pessoas falam várias línguas e são simpáticas e objectivas a dar indicações; as catedrais, palácio real ou da justiça são sempre construções sumptuosas; a Grand Place - património da humanidade - é grandiosa e à sua volta há intensa actividade turística; há muitos chocolates; os cafés e restaurantes são interessantes do ponto de vista do seu tradicional requinte arquitectónico; as casas típicas têm várias cores, com telhados bastante inclinados e muito tijolo; as ruas estão ordenadas de forma a haver espaço para charretes de cavalos circularem; nos canais passeiam os barcos; Bruxelas combina bem a modernidade com a tradição mas é, diga-se também, uma cidade com demasiado lixo acumulado…

Saliento sobretudo um hábito que decorre das políticas de ordenamento urbanístico, ambientais e turísticas: o uso das bicicletas. Os percursos urbanos para ciclistas rareiam em Portugal. Há cidades com condições para adoptar um modelo de vida que favorece a despoluição, o fluxo do tráfego, o charme das cidades, a diversificação de serviços turísticos e até a condição física do transeunte ou do condutor de veículos a motor. Os ciclistas urbanos são muito respeitados nas ruas das cidades belgas e as bicicletas são…mesmo muitas. Informaram-me que ao contrário do que acontece na China, continuam a aumentar. Julgo que a AR e o Governo podiam interessar-se a sério e produzir medidas de apoio à construção de ciclovias, particularmente nas cidades.

A giant step for mankind

Estive uns dias em Bruxelas e não tive sempre a oportunidade de deixar o meu post diário. Tenho muito para escrever, mas escolho começar por enaltecer um dia que vivi em Bruxelas que se tornou histórico para a humanidade. Fica aqui o vídeo do discurso (completo) de vitória de Barack Obama

31 de outubro de 2008

O alerta de Loureiro dos Santos

Hoje na imprensa (DN):

“Loureiro dos Santos, antigo chefe de Estado-Maior do Exército, decidiu fazer ontem um grave alerta para o desespero que, segundo ele, se vive no sector. Esse desespero pode levar alguns militares mais jovens a fazer "disparates" com efeitos nefastos na democracia, com repercussão nacional e internacional.“

Como?! Importa-se de repetir?! O que são "disparates"? "efeitos nefastos na democracia"? "com repercussão nacional e internacional"? Mas que absurdo é este?

30 de outubro de 2008

Vicente Moura anuncia recandidatura à presidência do COP

Depois de negar várias vezes a sua recandidatura, com 71 anos de idade e mais de 12 anos como Presidente do Comité Olímpico Português (COP), Vicente Moura (VM) volta a querer o cargo que ainda ocupa.

VM diz agora que nos últimos JO houve alguns desencontros e «excessos de emoção» entre atletas, treinadores e dirigentes. Também ele contribuiu para isso quando na altura das polémicas (e não digo se eram ou não justas, não interessa para o caso) disse que ele podia era estar em casa descansadinho no seu “sofá”, com os seus “chinelos”, que não precisava daquilo para nada. Ora, julgo que quem diz algo do género, não merece estar no lugar que ocupa.

Pela experiência no dirigismo desportivo que tenho, sei bem que as federações têm de ser simpáticas e dar tapinhas nas costas do actual presidente, pelas razões óbvias, o que não significa que sejam muito fãs da sua recandidatura. Na minha opinião, houve coisas que VM fez bem e outras menos bem, mas parece-me que deve imperar o bom senso, pois está na hora de dar lugar a outros.

29 de outubro de 2008

PSD critica hoje acordo celebrado em 2006

O PSD tem uma nova bandeira: o combate ao aumento do salário mínimo nacional. (Será que os chamados “barões” do PSD acham que 426 euros são uma exorbitância?)
Sócrates respondeu: “Estamos a discutir a evolução de 426 euros para 450 euros… Em Portugal e na Europa, consideramos 400 euros o limiar da pobreza. É espantoso e chocante ver os mesmos que aparecem tantas vezes na televisão a chorar lágrimas de crocodilo pelos “novos pobres”, virem agora lamentar o aumento do salário mínimo".

Depois surgem as ameaças de um senhor que julgo estar ligado ao PSD: o responsável pelas PMe's ameaçou o governo que caso o aumento fosse por diante, incitaria todas as PME's a não renovar os contratos a termo certo. E se quem tomasse essa atitude ficar sem os apoios estatais que têm aumentado incrivelmente, contando inclusive com as linhas de crédito recentes ou os relacionados com o IRC? É que este tipo de ameaça é simplesmente inadmissível.

Este aumento do salário foi definido no final de 2006 por todos os parceiros sociais (patronato, sindicatos, governo), não é recente. Não deveriam sequer existir ainda empresas a praticar salários mínimos. Isto é que é vergonhoso.

27 de outubro de 2008

COOPERAÇÃO (?) ESTRATÉGICA

Freitas do Amaral afirmou, hoje, cheio de inveja, no lançamento do seu novo livro o seguinte: «Todos sabemos que há divergências, algumas bem actuais, mas na relação entre o Presidente da República e o primeiro-ministro procura-se manter uma relação e uma cooperação institucional».

Houve um detalhe, ao qual não deram a devida atenção, nas declarações do Presidente da República, prévias ao veto político do Estatuto dos Açores de hoje e após declarações de José Sócrates que corroboraram a ideia da existência de uma pax institucional. Cavaco Silva afirmou, com porte autoritário, que as boas relações entre os vários órgãos de soberania dependem de uma relação LEAL entre os mesmos. Pois, quem tem de ser leal e forçosamente subalterno? A posição mais cómoda será a da figura número um da nação – o Presidente da República, aquele “de todos os portugueses”.
A inevitável fraqueza da falhada “cooperação estratégica” é ideológica. Alguns vetos (que foram: o Estatuto Político-Administrativo dos Açores, o regime jurídico do Divórcio, a lei orgânica da GNR, o estatuto dos jornalistas, o diploma sobre a responsabilidade civil extracontratual do Estado e a lei da paridade) encerram divergências de natureza politico-ideológica e, há quem diga, eleitoralista.

Portanto, Cooperação até tem havido, ocasionalmente, mas penso que a única coisa que é Estratégica nisto é, indelevelmente, o futuro das pessoas envolvidas e dos grupos que elas naturalmente representam…

24 de outubro de 2008

W.

Oliver Stone é novo herói da direita americana ou apenas o herói das bilheteiras?


O realizador de “W.” traça neste filme um retrato adocicado do 43º Presidente dos EUA.


23 de outubro de 2008

PROMULGAÇÃO INQUINADA

Post do Agua Lisa

"O Presidente da República tem as suas competências e poderes. Mas não é guia espiritual da Nação. Se Cavaco Silva tinha esse projecto, devia ter-se candidatado, como exemplos, a chefe dos escuteiros, comandante da Opus Dei ou diácono da Maçonaria. Não à Presidência da República.

Não faz sentido que Cavaco Silva tenha promulgado uma Lei da República emitindo simultaneamente uma nota de discordância relativamente a ela e tentando condicionar o critério da sua aplicação. Que Cavaco Silva era contra a nova Lei do Divórcio já se sabia, tanto que vetou a sua primeira versão e explicou as suas discordâncias. Promulgar agora e criticá-la é uma atitude ideológica que degrada o exercício das funções presidenciais. E, em certo sentido, é um abuso de poder. Assim, confirma-se que os atavismos culturais de Cavaco Silva, sedimentados num reaccionarismo mitigado mas persistente, aliados a uma pulsão autoritário-impositiva mal contida e muito mal enquadrada na função presidencial, constituem um factor que contribui para a má qualidade política em Portugal. Com Cavaco a caminhar para a situação peculiar, comparativamente aos seus antecessores, de, com a passagem do tempo, ir sendo o Presidente de cada vez menos portugueses."

22 de outubro de 2008

Rednecks for Obama

Não cessam de nos surpreender as extraordinárias peculiaridades das eleições americanas e, já agora, a campanha de Obama. O Público publicita hoje esta:
"Este ano, alguns «rednecks» (americanos brancos, defensores do porte de arma e tradicionalmente ligados à ala mais à direita do Partido Republicano) resolveram fazer uma mudança nas suas vidas – o apoio a Barack Obama surge em tarjas, cartazes, t-shirts e auto-colantes. A primeira intervenção pública foi na Convenção do Partido Democrata, em finais de Agosto."

Link: Site dos Rednecks for Obama

20 de outubro de 2008

Abstenção recorde

O livro começa por abordar o acto de votar. Estamos num certo dia das eleições para um certo parlamento, numa cidade imaginária. Secretários de uma junta eleitoral estão assustados com a possibilidade de haver uma enorme e inédita abstenção. Quase metade do dia já passou e os votantes são pouquíssimos. Mas, o espanto cede ao alívio quando os eleitores comparecem em massa no final do dia. A surpresa e o espanto ficam reservados para os resultados. Apenas 17% dos eleitores votaram em algum dos três partidos em disputa. Os outros 83% votaram em branco. Este sim um fenómeno inédito.

Fenómeno recorde também aconteceu nos Açores. Bom, não foram votos em branco, como os do Ensaio Sobre a Lucidez, mas 53% de abstenção nas eleições regionais dos Açores é uma coisa inadmissível. Não tem que haver leituras político-partidárias deste desinteresse, porque a vitória do PS é incontestável, mas acção para evitar este descalabro democrático. Temos de pensar no voto obrigatório, nem que seja para fazer com que o debate sobre esta matéria espicace os cidadãos a irem votar.

16 de outubro de 2008

OE 2009 - Combate à crise

Propostas do Orçamento de Estado para Combater os Efeitos da Crise

Apoiar as famílias pelo Reforço de medidas existentes:
• Rendimento Social de Inserção:
Promoção efectiva da inserção laboral e social dos seus beneficiários (80 000 até 2010)
• Complemento Solidário para Idosos:
Alargamento a todos os pensionistas com mais de 65 anos e introdução de benefícios adicionais de saúde
• Retribuição Mínima Mensal Garantida:
Salvaguardar, dada a conjuntura económica, o reforço do poder de compra dos seus beneficiários
• Acção Social Escolar:
Alargamento dos apoios e do número de beneficiários
Introdução de novas medidas, que visam:
• Apoiar as despesas escolares das famílias com a 13.ª prestação do abono de família que passará a abranger todas as 780 mil famílias beneficiárias
• Proteger o património imobiliário das famílias, instituindo a possibilidade das famílias endividadas alienarem o imóvel a um fundo ou sociedade, substituindo
os encargos com a prestação bancária por uma renda de valor inferior, mantendo uma opção de compra sobre o imóvel que arrendem
• Proteger contra a precariedade no emprego pela criação de uma nova contra-ordenação muito grave para a dissimulação de contrato de trabalho (“falsos recibos verdes”)
• Poupança Fiscal das famílias na venda de habitação própria e permanente alargando as condições de exclusão de tributação em IRS nos casos de reinvestimento numa nova habitação
• Aumentar a protecção na doença a todos os trabalhadores que exercem funções públicas
• Reduzir o esforço contributivo das famílias pela redução do IVA para 5% nos assentos próprios para o transporte de crianças em veículos automóveis e nas prestações de serviços de manutenção ou reparação de próteses, equipamentos, aparelhos e artefactos para as pessoas com deficiência
• Reforçar a protecção a pessoas com deficiência, pela majoração em 14% da actual dedução à colecta por cada sujeito passivo ou dependente com deficiência
• Aumentar a equidade fiscal, pela introdução de novos mecanismos de combate à fraude e evasão fiscais com o agravamento do regime fiscal dos sinais exteriores de riqueza
• Aumentar o salário dos funcionários da Administração Pública, que permitirá um ganho real de poder de compra

Apoiar a economia e as empresas
• Descida do IRC
• Descida dos Pagamentos por conta
• Concessão de uma garantia do Estado até 20 mil milhões de euros
• Aposta na Educação, Ciência e Tecnologia
• Simplificação e desburocratização administrativa
• Criação de uma nova linha de crédito para as PME no valor de 1000 milhões de euros
• Iniciativa com relevância no sector da habitação

Reforço da estabilidade financeira
• Garantia pessoal do Estado às operações de financiamento e refinanciamento dos bancos que pode ir até 20 000 milhões de euros
• Protecção dos depósitos através do fundo de garantia até ao valor de 100 mil euros por depositante e por instituição
• Reforço da transparência dos deveres de informação nos mercados financeiros
• Agravamento das coimas e molduras penais nos crimes e contra-ordenações contra o mercado de capitais
• Reforço da acção concertada dos supervisores financeiros

Faço a mesma análise que o comentador da SIC ontem: está tudo o que pediram e mais ainda, tanto a nível social, como empresarial, sendo certo que os privados estão reticentes em relação aos aumentos salariais… Um bom orçamento de Estado. Os maus sinais são, obviamente, o abrandamento do crescimento da economia e a manutenção da taxa de desemprego, mas estas situações são das que claramente decorrem do cenário internacional.

15 de outubro de 2008

Blog Action Day 2008 Poverty

Hoje é o Blog Action Day. Um dia dedicado ao combate à pobreza no mundo, liderado por um conjunto de blogues. A Assembleia do Povo orgulha-se de pertencer a este grupo que pretende que o mundo perceba a necessidade de alcançarmos os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio, para vivermos num mundo melhor.
Não posso deixar de publicitar uma actividade que decorrerá no meu distrito, Aveiro, na Praça do Peixe, no próximo Sábado, às 23h30. Todos os presentes deverão estar sentados/agachados um minuto e levantar-se em conjunto num gesto simbólico que significa a vontade de nos empenharmos colectivamente neste propósito global.

Visita http://www.standagainstpoverty.org/

13 de outubro de 2008

As Escolhas de Marcelo (e do PSD?)

Será que a ERC não acaba com isto? A escolha dos temas e os comentários têm claramente fins partidários. Não é preciso acabar com o programa, mas já que estamos num país democrático, é mais que óbvio que falta ali o contraditório… E, já agora, mudar de entrevistadora que envergonha a profissão (pretensamente) imparcial que tem…

Vamos analisar com atenção o alinhamento do programa de Marcelo Rebelo de Sousa:

Assunto: O governo garantiu a legalidade da concessão à Lusoponte, maioritariamente da Mota Engil, presidida por Jorge Coelho.
Comentário: É difícil provar que é um favor, mas o governo não explicou suficientemente bem as coisas.

Assunto: Computador Magalhães.
A empresa JP Sá Couto tem um processo fiscal contra o Estado. Não é um bom exemplo para o Estado que gosta de lidar com gente de bem. Mais, depois de oferecer o Magalhães diz às câmaras que paguem a ligação à rede.

Assunto: Casamento Civil entre pessoas do mesmo sexo.
Comentário: O voto de Alegre é coerente e é a voz de toda a esquerda, o do PS é incompreensível.

Assunto: Posição do governo sobre o Kosovo.
Comentário da entrevistadora: teve críticas de Manuel Alegre, Paulo Pedroso; posição diferente da Espanha, etc.

Assunto: Voos da CIA - o Ministério da Defesa Espanhol afirmou que houve voos por Portugal.
Comentário: o Ministro dos Negócios Estrangeiros falou demais.

Assunto: Ana Gomes ganhou um prémio como a mais activista do ano.
Comentário: Depois da a ter criticado, acho que ela é corajosa, activista e pedra no sapato do PS.

Assunto: PS nas Europeias.
Comentários: Manuel Alegre não quer ser cabeça de lista para as europeias, isso é terrível para o PS e Ana Gomes não se sabe…

Assunto: Crise económica e medidas do governo anunciou, a banca portuguesa é sólida como o governo diz?
Comentários: o governo anunciou que vai haver um abrandamento negativo, etc. Será que estas medidas chegam para cá? Primeiro: o que se passa não é só da crise internacional, já vinha de trás… Pode não chegar… serão necessárias outras com efeitos imediatos.

Assunto: O PSD quer esclarecimentos sobre esta linha de créditos…
Sócrates tem um discurso criticável porque não fala com a oposição para uma conjugação de esforços e responde no parlamento com tom eleitoralista (depois, no fim, é que criticou MFL por não falar da crise).

Extraordinário, não é? Está à vista de todos para que serve o programa... Nem sequer faço comentários políticos sobre os assuntos, porque grave é a sua forma e também substância, de um modo geral.

10 de outubro de 2008

Parlamento em dia estranho

Hoje foi um dia estranho no Parlamento português, com imensas declarações de voto, misturadas com disciplinas de voto, interpretações à Constituição, etc... tudo por culpa de uma proposta sobre costumes, nomeadamente sobre a igualdade de acesso ao casamento.

Cita-se Zapatero, quando se introduz uma proposta sobre o casamento entre pessoas do mesmo sexo:
“Não estamos legislando para gentes remotas e estranhas, estamos a ampliar as oportunidades de felicidade dos nossos vizinhos, dos nossos colegas de trabalho, dos nossos amigos e dos nossos familiares. E, desse modo, estamos a construir um país mais decente, uma sociedade decente é a que não humilha os seus membros.”

8 de outubro de 2008

Que perca bem a virgindade

Isto é uma boa notícia. O primeiro referendo municipal do país vai ocorrer em Viana do Castelo. Os cidadãos do concelho irão decidir a integração de Viana do Castelo na Comunidade Inter-Municipal Minho-Lima. Não quero enaltecer as posições dos partidos e dos políticos locais sobre a matéria, antes o facto de se usar um mecanismo que considero altamente dignificante da democracia e que se calhar devia ser mais usado. Quanto aos referendos nacionais, já tivemos uma boa afluência às urnas e mobilização do povo no último sobre a IVG, mas ainda não é uma percentagem, digamos, aceitável. O problema dos referendos nacionais é que perderam mal a virgindade com o da Regionalização a ser muito mal preparado…

7 de outubro de 2008

Para que serve a Autoridade da Concorrência?

Continuamos com os combustíveis altos, não vale a pena tapar o sol com uma peneira, que é como quem diz não vale a pena enganar o povo a promover pequenas descidas (pressionadas pelos inúmeros gritos de revolta).
O combustível está a menos de cem dólares o barril e continuamos a ter preços exorbitantes, principalmente na gasolina. Agora a Autoridade da Concorrência prevê finalizar uma investigação aprofundada sobre a falta de concorrência no mercado dos combustíveis em Março de 2009. “Março de 2009”??!! Obviamente que caso se prove que estava tudo combinado e que a GALP não pode ter o monopólio de todas as fases da chegada do combustível ao mercado, alguém já terá ganho muito dinheiro com esta tramóia (e nada lhe vai acontecer) e alguém já terá perdido muito.

6 de outubro de 2008

A Justiça em Portugal I

A Justiça foi um tema central na última campanha presidencial, mas a verdade é que as coisas mais importantes não mudaram, particularmente duas: a sua morosidade e o facto de ser cara.
Para tentar evitar a primeira característica há pormenores da justiça portuguesa que são extraordinários.

Os chamados cheques pré-datados (tão habituais no nosso quotidiano) nunca são considerados prova válida de alguma coisa e a existirem num processo travam a sua continuidade. Alguém se lembrou, há já alguns anos, que era uma forma de descongestionar os tribunais, tantas eram as situações com este tipo de prova documental.
Em rigor, como que eliminam todas as outras provas! Exemplo da aberração: podemos ter um negócio com testemunhas, vendas a dinheiro (com impostos já pagos), cheques sem cobertura, até uma câmara de vídeo a filmar o negócio… se nos passarem um cheque com a data do dia seguinte, os bandidos não têm que pagar o que devem, caso os cheques não tenham cobertura.
Em alguns casos, há outros procedimentos que podem ser tomados, mas serão menos eficazes.

Às vezes, a justiça é mesmo cega.

4 de outubro de 2008

Alegre contradição

Após a reunião do grupo parlamentar do PS para debater a posição da bancada sobre o casamento entre pessoas do mesmo sexo, Manuel Alegre dá mais uma lição de liberdade a todos os portugueses: "Parece que houve uma votação, mas eu não concordo"... Não concorda com a democracia e já agora com a disciplina partidária que tanto defendeu no passado...
Vergonhoso... Alegre anda moribundo pelo parlamento a ansiar que lhe venham convites do PCP e do BE para tertúlias e iniciativas de uma pretensa esquerda...
...e, às tantas, ainda o vamos ver a votar favoravelmente um diploma que como ele baptizou é sobre um tema "da moda" e não uma luta pela igualdade das forças progressistas.
Nem sei como é que os Gato Fedorento ainda não pegaram em Manuel Alegre. Fica aqui a sugestão.

3 de outubro de 2008

Casino

Acerca das suites e outras regalias dos hóteis de luxo para “excêntricos”, Fernando Madrinha escreve o seginte Editorial na última edição da Courrier Internacional:

“O número de ricos que habitam estas “suites” de hotel, que têm este tipo de comportamentos e que pulverizam todos os “records” nos leilões de arte não param de crescer em todo o mundo. E é sobretudo nos países emergentes, aqueles onde a miséria ainda predomina, que mais se multiplica. A China leva a palma, claro. Entre 2006 e 2007, passou a contar com 410 mil novos milionários. Segue-se o Brasil das favelas, com 143 mil. Mas o país que está a produzir ricos em maior ritmo, ainda que em menor número do que a China e o Brasil, é a Índia da pobreza extrema: mais 23 por cento, de 2006 para 2007, correspondendo a 123 mil novos milionários.
(…)”excêntricos”…produto do capitalismo selvagem conjugado com a globalização desregulada, este sistema iníquo e perigoso a que o mundo está entregue e a que até o candidato John MacCain já chama “economia de casino”.”

Hoje é Dia Mundial… do Sorriso.

2 de outubro de 2008

Alunos-Clientes

Faculdades de Direito aumentam vagas por problemas de financiamento


Penso também que se está a abusar de “Bolonha” para multiplicar cursos de 2º ciclo economicamente inacessíveis, alguns dos quais promovem a aquisição de competências iguais às que são oferecidas por muitos cursos do primeiro ciclo.

1 de outubro de 2008

Chávez y Sócrates cultivan su idilio

(post do Ad Confessionem de 28.9.08)

Hugo Chávez, presidente de Venezuela, culminó en Lisboa una gira que le ha llevado por La Habana, Pekín, Moscú y París. Le recibió el primer ministro portugués, José Sócrates, del Partido Socialista, con quien se reunió por cuarta vez en los últimos 10 meses. Tres veces en la capital portuguesa (noviembre, julio y septiembre) y una en Caracas (mayo pasado). ¿Qué ve el líder venezolano de interesante en Portugal, una nación que poco tiene que ver con Cuba, Libia, Irán, China o Rusia, donde Chávez aparenta sentirse muy cómodo? ¿Cuál es el atractivo de Venezuela para Sócrates, más allá del petróleo?
El País

30 de setembro de 2008

Congresso Americano

Não tenho nada contra o facto de não haver disciplina partidária, mas levarem um plano de recuperação dos mercados com fortes possibilidades de chumbo (o que veio a suceder) é, no mínimo, uma atitude irresponsável por parte dos líderes dos dois partidos de referência da democracia americana. Será que não sabiam que iria trazer mais turbulência aos mercados? Sinceramente...

Estamos num momento em que parece que o conceito de socialização dos prejuízos está na moda, como se fosse normal... este impasse faz subir as taxas de juro dos créditos, a Euribor nem se fala... e quem sai prejudicado são as classes mais baixas, como sempre.

Primeiro os americanos têm de aprovar um plano que inclua o tal montante astronómico de injecção de dinheiro nos mercados para comprar as acções más. Depois tem de haver outro plano e esse já deve incluir a Europa: uma proposta de regulação global dos mercados (como propôs Sarkozy) - esse é o caminho. Mas há mais que é necessário, por exemplo, um debate sobre as off-shores...

29 de setembro de 2008

Fenprof pede reunião urgente para debater clima "muito negativo" nas escolas

Como professor, tenho, por vezes, necessidade de soltar um grito contra o maniqueísmo partidário dos sindicatos da CGTP. É verdade que a vida não vai fácil para os professores, principalmente para os professores jovens (e muitos destes apoiam as mudanças que se têm verificado), mas a grande maioria das acções deste Ministério são muito boas. O “problema” é que combatem um paradigma de mentalidades vigente há décadas que ajudava os professores a darem pulos automáticos na carreira com o avanço da idade. Mais, agora são menos sindicalistas que se podem escapar de dar aulas…
Para contribuir a sério para a discussão, enumero a seguir algumas preocupações que precisam de solução. O insucesso e abandono escolar tem várias causas, entre as quais:
- pouco uso dos percursos escolares de recuperação mais adequados à vocação ou às motivações dos alunos;
- a falta de abertura à comunidade envolvente;
- as estratégias pedagógicas adoptadas, no que diz respeito à sua diversificação, actualidade e utilidade;
- a vitalidade do sistema do ponto de vista dos seus recursos humanos, nomeadamente dos professores. A formação de qualidade destes recursos humanos é fundamental para o combate ao insucesso escolar (como tal devem-se evitar medidas como a Prova de Ingresso na Carreira Docente, direccionada para jovens professores, que só serve para envelhecer ainda mais o sistema de recursos humanos, um dos factores de atraso do nosso ensino).
- diminuir o número de alunos por turma e para efeitos de média não contabilizar, por exemplo, os Cursos de Educação e Formação que têm naturalmente menos alunos e fazer uma análise mais micro de algumas zonas para resolver o problema da sobrelotação de algumas turmas;
- apostar em mecanismos diferentes da reprovação que é uma medida que na maioria dos casos não resolve nada – há estudos que o confirmam;
- assegurar que a formação contínua não seja uma pseudo-formação;
- abordar mais os temas da autoridade e da indisciplina na formação contínua para que os professores se sintam mais preparados para gerir as turmas porque acho que são problemas que influenciam o sucesso escolar;
- universalizar o acesso a um pré-escolar que não se resuma a fazer as crianças passar o tempo.
(…)
Proponho ainda as seguintes medidas:
- instituir a obrigatoriedade da existência de um site por cada escola do ensino básico ao secundário;
- assegurar que as refeições nas Escolas são as mais saudáveis possíveis, de forma a implementar o mínimo de padrões alimentares que, por sua vez, tornem o serviço público da educação literalmente mais saudável e se evite a facilitação do aparecimento de distúrbios alimentares;
- defender a gratuitidade dos manuais escolares até ao 12º ano
(...)
E para o Ensino Superior:
- baixar o valor demasiado elevado das propinas;
- promover o reforço da Acção Social Escolar, com uma atenção redobrada ao segundo ciclo de formação;
- não abusar de “Bolonha” para multiplicar cursos de 2º ciclo economicamente inacessíveis ou que promovam a aquisição competências iguais às que são oferecidas por muitos cursos do primeiro ciclo;
- adaptação da bolsa dos programas de intercâmbio internacional ao custo de vida de cada país de destino, por forma a não haver à partida um factor de iniquidade no acesso a todas as instituições internacionais que porventura coarcte, por exemplo, o acesso dos alunos mais necessitados a algumas das mais reputadas universidades.
(...)

26 de setembro de 2008

Ferreira Leite sabe que não sabe falar

Acresce ao facto de ter executado políticas com maus resultados em várias áreas, Manuela Ferreira Leite (MFL) sabe que não é boa oradora, por isso até admito que tenha sido bem aconselhada. A sua forma de estar na política já não se usa. Hoje é importante que um político seja verdadeiro, honesto, eticamente aprovável e também que tenha a capacidade de chegar às pessoas, de criar empatia com elas, de fazê-las acreditar num rumo. Claro que há sempre uma forte política de comunicação por detrás de uma estratégia política (à excepção do PSD), mas qual é o mal se antes há também um projecto em que se acredita(?). MFL em vez de criticar e sugerir alternativas para o rumo do país, gasta os poucos segundos que fala a criticar a organização de um Comício de outro partido…
E diz: “Se o silêncio de que me acusam é não contactar com as pessoas de forma espectacular, eu não me importo de me manter em silêncio”. Poupe-nos desta letárgica pseudo-superioridade moral.

Sarah Palin contra Satanás

Tinha outras coisas para dizer, mas não resisto em publicar este vídeo de Sarah Palin. Esta pessoa pode ser Vice-Presidente dos EUA! Numa situação, que remonta há 3 anos, ela encontrou-se com um grupo de religiosos para conseguir os seus votos… E diz o pastor: "No dia das eleições, temos de lá estar, não basta rezar...".



Podem ver o vídeo legendado em português através do seguinte link:
http://www.publico.clix.pt/videos/?v=20080925170420&z=1

25 de setembro de 2008

Eureka?

"As políticas de privatização da segurança social ficaram desacreditadas: é eticamente monstruoso que seja possível acumular lucros fabulosos com o dinheiro de milhões de trabalhadores humildes e abandonar estes à sua sorte quando a especulação dá errado."
Boaventura de Sousa Santos ("Visão", 25 de Setembro de 2008)
Também o reconhecido sociólogo, ligado a movimentos próximos do Bloco de Esquerda, aludiu ao que o Primeiro-Ministro falou no Comício do PS.
Mas era preciso este colapso do sistema financeiro?...enfim...
...e o PSD? nem piu...

24 de setembro de 2008

Regulação dos mercados

Sócrates defende que primeiro passo a dar para "aumentar a confiança e a segurança nos mercados financeiros é aumentar a regulação". Vá lá... Será que pelo menos a Europa acordou?
Do outro lado do Atlântico o Congresso Norte-Americano ameaça chumbar o plano de Bush para revitalizar o mercado e "injectar" confiança. Acho bem, também, pelo menos na forma que hoje apresenta.

23 de setembro de 2008

Portugal pioneiro - Energia das ondas no sistema eléctrico nacional!

Hoje, inaugura-se em Aguçadoura, um equipamento que vai produzir electricidade para 1500 habitações. O grupo Enersis é o responsável. Estão prontas mais 27 máquinas Pelamis, somando 20 MW e, desta empresa, há projectos para mais 550 MW ao longo da costa.
Boas notícias:
- Portugal é o primeiro do mundo a testar esta energia e a pôr o equipamento Pelamis a funcionar no mar em regime pré-comercial;
- Parece que podemos vender esta energia a um mercado que vale 325 mil milhões de euros, quase duas vezes o actual PIB(!);
- Ajuda a substituir a nossa dependência dos combustíveis fósseis, é uma energia ambientalmente sustentável;
- Usamos os nossos recursos! Portugal é um país com uma costa extensa (a costa portuguesa tem potencial para a instalação de 5000 MW), historicamente ligado ao mar: o que nos dá condições de apostar na colocação de vários equipamentos e de os promover de forma criativa para vender a energia que produzem;
- Parece-me que uma sociedade gestora criada pela REN é obviamente a forma mais correcta de gerir este mercado - penso que é o que está pensado - como tal o projecto de lei tem de ser formalizado.
Por melhorar:
- Precisamos, obviamente de saber se estes projectos se reflectem na baixa de preços da electricidade;
- Ainda não parece ser um projecto com viabilidade (20% a 50% abaixo do limiar da viabilidade económica);
- Penso que o Governo tem de repensar as tarifas impostas de 245 euros por megawatt/hora, pois ainda são bastante elevadas…;
- A instalação dos equipamentos sofreu sucessivos atrasos. Temos de continuar a avançar rapidamente em força com a pesquisa e as tentativas de potenciar ainda mais a força das ondas e das correntes, pois entretanto muitos países já se interessaram por esta energia… Não há lugar para mais do que um pioneiro e têm de deixar de ser projectos pré-comerciais…; Não podemos esquecer todo o tipo de patentes que podem ir surgindo a partir do desenvolvimento tecnológico dos equipamentos (de acordo com o Centro de Energia das Ondas, existem cerca de 62 tecnologias disponíveis para o aproveitamento da energia das ondas) e continuar com as experiências já feitas no Pico, Aguçadoura, Peniche, etc… Por exemplo, (infelizmente) os equipamentos que hoje se “inauguram” têm tecnologia britânica… Sei que a EDP, a Babcok & Brown e a Efacec estabeleceram hoje uma parceria para o desenvolvimento de projectos experimentais…;
- O equipamento de hoje tem a capacidade para produzir apenas 2,25 megawatts, o equivalente a apenas um aerogerador de um parque eólico…Para já, parece pouco…;
- Depois dos muitos apoios às empresas das energias renováveis o governo também tem de as deixar atingir a maturidade sem tantos subsídios e eventualmente com outras medidas, por exemplo, de natureza fiscal...

Sou naturalmente optimista, Portugal está na vanguarda desta tecnologia pioneira, como aconteceu com a Dinamarca na década de 50, com a energia eólica, uma energia que, para já, mostrou ser mais rentável e que produz mais energia. Esperamos todos que estes investimentos tenham as consequências mais positivas para o país e para os consumidores.

22 de setembro de 2008

Fábrica reabre

A CERES, cerâmica de Coimbra, reabre hoje. A fábrica volta a laborar dois anos depois de fechar, numa situação sem precedentes na região. É sem dúvida um acontecimento ainda mais saudado em virtude do momento actual de estagnação económica. Cinquenta operários voltaram a trabalhar e isto também é relevante nos dias de hoje em que adultos sem qualificações superiores têm pouca capacidade de mobilidade no mercado de trabalho. Antes acontecessem mais situações destas…

20 de setembro de 2008

A estratégia do silêncio

Vale a pena ler o artigo de Manuel Maria Carrilho no Diário de Notícias de hoje:
"It is better to remain silent and be thought a fool than to open one's mouth and remove all doubt ABRAHAM LINCOL
A nova liderança no PSD trouxe consigo, não uma nova visão do país e do seu futuro, mas um tema surpreendente - o do silêncio. Um silêncio que perturbou pela sua intensidade, e porque procurou contrariar a ideia que os políticos só querem aparecer, falam muito mas fazem pouco.
A ideia de uma estratégia do silêncio não é, todavia, nova. Vale a pena ler, a propósito, um curto mas inspirador livro do Abade Dinouart, publicado há mais de dois séculos, sobre l'art de se taire, a arte de se calar. Livro que, note-se, era já então assumido pelo seu autor como um gesto de combate contra o que ele diagnosticava como uma epidemia, a "epidemia de falar e de escrever" (ver mais)

19 de setembro de 2008

Quem é Manuel Alegre?

Deputado na Constituinte, I, II, III, IV, V, VI, VII, VIII e IX Legislatura, Membro do Conselho de Estado, Secretário de Estado da Comunicação Social e Porta-voz do 1.º Governo Constitucional e Secretário de Estado adjunto do Primeiro-ministro para os Assuntos Políticos. Entre outros, foram alguns dos empregos que os terríveis partidos políticos, que estragam a vida de todos, proporcionaram a Alegre. Há muitos politicamente empenhados ao longo de uma vida que não alcançam o mesmo (até porque não deve ser esse o fim último da militância politico-partidária)… Agora, combate contra tudo o que é socialista, incluindo a JS, e não cheguei a perceber se é contra ou a favor da igualdade de tratamento em assuntos de orientação sexual. Sinceramente, entristece-me bastante que tenha de usar a ironia para falar de Alegre, pois sempre admirei o seu trajecto, as suas intervenções, a sua poesia, mas este anti-partidarismo primário fica-lhe mal…

18 de setembro de 2008

Investimentos e falências

A Repsol, a Auchan, a E.Leclerc, a Enercon, a Embraer ou até Richard Branson prosseguem a onda de investimentos estrangeiros em Portugal. Temos de admitir que o nosso país podia estar pior cotado neste período de crise do sistema financeiro mundial… Quanto a isso, penso que as relações entre Estado e Mercado vão mudando e acabar por se render a paradigmas mais progressistas. Os ultra-liberais avançam uma justificação deliciosa para este falhanço do mercado: não fomos/somos suficientemente liberais…

17 de setembro de 2008

A Galp devia ter vergonha

É escandaloso o que se passa em Portugal com o preço dos combustíveis. A liberalização do mercado neste domínio, por mais teorias económicas sobre a medida aprovada por Ferreira Leite, a verdade é que nos conduziu a uma situação que afecta quase todos os portugueses. Pois, as companhias petrolíferas só fazem o que é melhor para os seus accionistas e procuram o lucro, mas já chega! Há cerca de sete meses, quando o crude tinha o mesmo preço de hoje, o combustível custava menos cerca de 15 cêntimos… Desceu 35% desde que o Brent atingiu os 147 dólares. Acresce a informação de que o Gasóleo em Portugal foi o 6.º que menos caiu na UE-27 e que a Gasolina pode subir (!) em vez de descer. Já que a Autoridade da Concorrência diz não ter mecanismos que provem a cartelização de preços, Manuel Pinho já veio dar um aviso.

16 de setembro de 2008

Post do Glória Fácil

“Ler Timothy Garton Ash

Uma das tarefas do meu dia será arranjar tempo para ler este artigo de Timothy Garton Ash, ontem no "The Guardian" Começa asssim...
The seven years since 9/11 reveal an old truth: Problems are usually not solved, just overtaken by other problems. Those of 8/8, for example. On Aug. 8, 2008, two mighty nations announced their return to world history. Russia, invading Georgia, did it with tanks. China, launching the Olympics, did it with acrobats. The message was the same: World, we're back....

...e tem esta frase...

While order is threatened, liberty is no longer self-evidently on the march. The French refer to their 30 years of growth after the Second World War as the trente glorieuses. Future historians may see the three decades from Portugal's 1974 revolution of the carnations to Ukraine's 2004 Orange Revolution as a trente glorieuses for the spread of liberty. But Russia and China are not just great powers challenging the West. They represent alternative versions of authoritarian capitalism, or capitalist authoritarianism - the biggest potential competitor to liberal democratic capitalism since communism.”

15 de setembro de 2008

Assembleia do Povo

Este é mais um contributo para o debate político na blogosfera, uma Assembleia digital cujos parlamentares somos nós. Temas da actualidade política, ou outros que o deveriam ser, serão aqui tratados.