24 de dezembro de 2008
Salários
A pessoa que disse que o aumento do salário mínimo foi uma irresponsabilidade do Governo ganha cerca de 11.500 euros por mês.
Ainda diz Almeida Santos que os políticos ganham mal...
15 de dezembro de 2008
10 de dezembro de 2008
Subida do défice
Era bom que não fosse conjuntural e que fossem acabando os preconceitos teóricos contra a subida do défice. Bruxelas, obviamente, não tem outra alternativa.
Novos públicos
6 de dezembro de 2008
Desilusão?
José Lello, hoje, no DN:
30 de novembro de 2008
Um terço dos portugueses faz formação contínua
Líder do Conselho de Escolas diz que avaliação será realidade
29 de novembro de 2008
Prós e Contras
Considero, sinceramente, que há total legitimidade dos professores em continuarem a lutar por algumas matérias, como são os casos da formação dos professores avaliadores, mas isso não lhes dá razão para continuarem a não cumprir a Lei num Estado de Direito, porque isso é um “truque” que não pode provocar um precedente.
Vi, uma vez mais, a esmagadora maioria dos professores a não conseguirem falar da lei em si, da sua aplicação, dos detalhes da lei, das suas eventuais dificuldades de implementação, dando a entender que só ouviram os discursos generalistas de Mário Nogueira nos telejornais e que não a conhecem. Este último esteve bem comportado. E disse, pressionado a responder, que estava disposto a negociar sem chantagens. Na manifestação do dia seguinte afirma que só avançavam para a negociação se o processo actual for suspenso. Afinal, em que ficamos?
Um professor de Filosofia, que parecia todo modernaço, diz “tretas” praqui, “tretas” prali e a cereja em cima do bolo foi quando afirmou, sapientemente: “Estão a valorizar as TIC, isso são tretas. Se eu utilizar as TIC estou a dar cabo de uma aula!”.
Houve também uma professora que falou em chantagens que os professores que aceitavam a avaliação eram alvos quando lhes dizem na Escola: “Não me digas que és a favor deste modelo de avaliação?!”.
Na manifestação do dia seguinte ao programa, fizeram uma entrevista em directo a uma professora na manif que explicou a grande razão pela qual estava a lutar. Passo a citar: “este é um modelo castrador de criatividade”. E mais não digo...
Penso que o bom senso tem de imperar e que a manutenção deste modelo iria servir, nada mais nada menos (porque este ano já não tem repercussão na progressão das carreiras ou nas candidaturas), para procurar sanar as eventuais restantes dificuldades. Por seu turno, os professores têm de conseguir explicar (melhor) aos portugueses interessados e inteligentes porque estão contra, porque caso contrário…
21 de novembro de 2008
Avaliação dos Professores
É evidente que as reformas são mais difíceis de concretizar e, por vezes, tornam-se injustas, quando a maioria dos seus destinatários está contra. Mas vamos imaginar que, agora, sempre que há vontade de criar uma legislação para determinada classe profissional, particularmente na Educação, os destinatários já sabem o truque: não cumprir a lei. Isto é perigoso. Tem que se encontrar um ponto de equilíbrio e os partidos políticos que se associem à FENPROF têm de justificar bem a sua posição. Neste momento é importante que ninguém extreme posições, nem o Ministério, nem os parceiros educativos. O bom senso tem de imperar e se a FENPROF abandona outra reunião ou só falar se houver uma proposta de suspensão não sei se representará os professores e assim realmente não vale a pena ser chamada de “parceiro”… Mário Nogueira, militante comunista de referência, que conheci bem e com quem trabalhei no associativismo académico, é um manipulador nato e os seus jogos de palavras são suficientemente argutos para mobilizar. Penso que tem demonstrado um comportamento excessivamente arrogante e até mal-educado em determinadas ocasiões. O Ministério também não terá sido feliz na forma como reagiu a algumas manifestações.
Por seu turno, o objectivo dos partidos que imitam o discurso da FENPROF é óbvio: provocar consequências na imagem do governo por razões eleitoralistas. É claro como água, pelo menos por parte do PSD que tem muitos militantes a favor das políticas deste Ministério da Educação. É preciso conhecer as propostas ou os modelos concretos que os partidos defendem. Não basta contestar, com ideias muito, muito vagas. Nunca lhes ouvi um discurso com propostas de alteração ao que consideravam errado na Lei, pois é mais fácil dizer “há outros modelos”, “nem que seja piores, mas há outros”, como há dias deixou escapar Manuela Ferreira Leite.
Na minha opinião, a Lei não pode ter um carácter exclusivamente formativo e não ter implicação na progressão e nas candidaturas. A FENPROF sugere que caso um professor tenha um Insuficiente não progrida na carreira, mas quando voltar a ter uma avaliação que lhe permita progredir, recupera, automaticamente, os anos que não progrediu por avaliação insuficiente. Ora, isto é estupidamente injusto e serve muito pouco o ensino. E, já agora, ao contrário da FENPROF, concordo com a observação das aulas, com a implementação de quotas para as melhores classificações, com a atenção à assiduidade, com o contemplar de aulas assistidas na avaliação (as mínimas possíveis), etc.
Os pais que estão contra, é pela simples razão de que querem paz nas escolas, não é porque concordam com a FENPROF. Julgo que a esmagadora maioria é naturalmente favorável à avaliação, até porque muitos são avaliados no seu trabalho e querem que os educadores dos seus filhos também o sejam, o mais rápido possível…
É claro que a proposta governamental tinha problemas, vou tentar mostrar o meu ponto de vista sobre alguns:
Problema A: excessiva complexidade das fichas, carga burocrática e tempo exigido para a avaliação.
Contexto: Se tivermos em consideração a quantidade e complexidade de mecanismos e procedimentos a despoletar (observações, entrevistas, reuniões...) há/havia uma despropositada carga burocrática. A pressão que se exerceria sobre os professores, em particular nos momentos em que se desencadeia o processo de atribuição das classificações, seria um relevante factor de instabilidade, com reflexos na sua prática lectiva, bem como em todas as restantes tarefas que fazem parte das suas funções; os docentes avaliadores, seriam ainda mais pressionados, pois enquanto avaliam estão, igualmente, a ser avaliados e, simultaneamente, continuariam a ter de desenvolver toda a actividade lectiva e não lectiva que lhes está atribuída, inclusive os presidentes dos conselhos executivos. Reuniões para a fixação de objectivos de avaliação, aulas assistidas, registos anuais, acções de formação, preenchimento de fichas, entrevistas individuais, decisão sobre a aplicação das "cotas" são alguns dos procedimentos que deixariam pouco espaço para uma prática lectiva com a qualidade que se exige. Isto tudo, até porque os procedimentos classificativos têm um calendário apertado.
O modelo de avaliação reveste-se de enorme complexidade e é objecto de leituras por vezes difusas há ainda falta de informação cabal e inequívoca às perguntas que vão, naturalmente, aparecendo; Aliás, a Ministra admitiu que ouve erros técnicos na elaboração da lei. Os itens constantes das fichas têm de ser simplificados, até porque alguns não são passíveis de serem preenchidos.
Medidas apresentada pelo Ministério:
Rever e simplificar as fichas de avaliação e auto-avaliação, bem como os instrumentos de registo;
Dispensar as reuniões entre avaliadores e avaliados em caso de acordo tácito (quer sobre os objectivos individuais, quer sobre a classificação proposta);
A observação de aulas fica dependente de requerimento dos interessados e é condição necessária para a obtenção da classificação de Muito Bom ou Excelente;
Reduzir de três para duas o número mínimo de aulas a observar, ficando a terceira dependente de requerimento do professor avaliado;
Simplificar o regime de avaliação dos professores avaliadores e compensar nos respectivos horários a sua sobrecarga de trabalho.
Problema B: avaliadores que avaliam professores de outras áreas curriculares
Medida do Ministério: Garantir que os professores são avaliados por avaliadores da mesma área disciplinar.
Problema C: usar resultados de alunos e taxas de abandono na avaliação
Contexto: discordava também da utilização dos resultados dos alunos e o abandono escolar como itens de avaliação pela simples razão de que são indicadores injustos para escolas em meios mais desfavorecidos. As fórmulas previstas para minimizar este cenário (ter em consideração as notas do ano transacto, as notas às outras disciplinas, etc), minimizam, mas não eliminam este potencial cenário de desfavorecimento. Porque, caso contrário, se vivêssemos num país igual em todo o lado, também seria a favor de contabilizar este item para efeitos da avaliação.
Medida do Ministério: Dispensar, neste ano lectivo, o critério dos resultados escolares e das taxas de abandono, tal como recomendado pelo Conselho Científico da Avaliação dos Professores.
Por fim, não podemos dizer que este Ministério não ouve e não recua, acho que está mais que provado que isso é falso. Mais, está, no cômputo geral, a fazer um bom trabalho em várias áreas e não é fácil aparecer um Ministério da Educação que percebe sobre algumas coisas que a nossa Educação precisa. Houve, com este Ministério, uma diminuição da taxa de saída precoce no Ensino Secundário e da taxa de retenção no Ensino Secundário e no Ensino Básico; o número de alunos em cursos profissionais públicos quase que quadruplicou, representando quase 40% do total da oferta; 500.000 pessoas inscreveram-se voluntariamente no Programa Novas Oportunidades; houve um aumento histórico do número de alunos no Ensino Secundário e no Ensino Superior; houve um o aumento da oferta de Cursos de Especialização Tecnológica no Ensino Superior ou o reforço do número de alunos com mais de 23 anos; criaram-se as Actividades de Enriquecimento Curricular no Ensino Básico; ofereceram-se computadores a baixo preço para todos os estudantes; houve um reforço do apoio no abono de família; houve descontos de 50% nos transportes públicos para os estudantes, etc, etc…
Era importante que este trabalho não se “perdesse”, por causa da avaliação dos professores…
19 de novembro de 2008
Democracia? Suspenda-se
Este tipo de discurso e respectivas desculpabilizações, digo, releituras faz-me lembrar a forma como insultamos o “outro” de forma velada, em tom irónico-humorístico e depois dizemos: “Desculpa(e), foi a brincar…!!”. Penso que era mais fácil para o PSD dizer que a frase tinha sido infeliz do que andar a tentar arranjar desculpas. Até porque quem vê na televisão as declarações de Manuela Ferreira Leite não vê nela ponta de ironia. Ela quis dizer exactamente o que disse, sem resquício de ironia. MFL, como habitualmente, só não percebeu o alcance das suas palavras. Oiçam bem... Depois vejam a atrapalhação para dar a volta quando percebeu o que tinha dito...
Se estiver errado e “a coisa” foi dita de modo irónico, os assessores e amigos chegados de MFL que lhe peçam para nunca mais tentar ironizar. A sua permanente cara-de-pau fez com que se lhe colasse a imagem de alguém incapaz de manipular as regras do humor. As palavras de MFL são, convenhamos, com ironia ou sem ironia, manifestamente infelizes.
Mas MFL disse também “Eu não acredito em reformas, quando se está em democracia”. É aquilo que tenho vindo a defender sobre MFL – o programa política do PSD é fazer nada. Eu de facto não encontro explicação para quem ainda acredita que com MFL o país pode vir a melhorar. Em apenas uma semana, a senhora voltou a mostrar quem é. Primeiro foi o apetite pelo controlo dos alinhamentos dos jornais televisivos; ontem foi a história da pausa democrática. Vão ver que ainda há-de sair algo do género: «Aos blogues não devia ser permitida a escolha dos posts que vão publicar».
17 de novembro de 2008
Lutas da Escola
14 de novembro de 2008
Últimas pérolas de Manuela Ferreira Leite

2ª pérola - “Enquanto o sistema de justiça não for eficaz, o polícia faz figura de palhaço; o polícia prende e o tribunal solta”
Reacções do…. PSD:
Mira Amaral: “quem não sabe ou não quer passar a sua mensagem nos media é melhor não se candidatar a cargos de liderança partidária, é melhor ficar-se pelos gabinetes…”
Ângelo Correia: “Não acredito que a senhora tenha dito isso. É seguramente falso que a presidente do PSD tenha proferido semelhantes declarações.”
13 de novembro de 2008
O regime na Madeira
12 de novembro de 2008
"o presidente de todos os portugueses"
10 de novembro de 2008
Suspenda-se

O PSD tem feito muito nas últimas semanas para explicar aos portugueses o seu programa político para Portugal. E uma coisa temos que reconhecer: é um todo muito coerente. Vejamos:
O investimento público que recorra ao crédito? Suspenda-se.
O aumento do salário mínimo acordado na concertação social? Suspenda-se.
A avaliação de professores? Suspenda-se.
7 de novembro de 2008
6 de novembro de 2008
Pedalar na Bélgica
Saliento sobretudo um hábito que decorre das políticas de ordenamento urbanístico, ambientais e turísticas: o uso das bicicletas. Os percursos urbanos para ciclistas rareiam em Portugal. Há cidades com condições para adoptar um modelo de vida que favorece a despoluição, o fluxo do tráfego, o charme das cidades, a diversificação de serviços turísticos e até a condição física do transeunte ou do condutor de veículos a motor. Os ciclistas urbanos são muito respeitados nas ruas das cidades belgas e as bicicletas são…mesmo muitas. Informaram-me que ao contrário do que acontece na China, continuam a aumentar. Julgo que a AR e o Governo podiam interessar-se a sério e produzir medidas de apoio à construção de ciclovias, particularmente nas cidades.
A giant step for mankind
31 de outubro de 2008
O alerta de Loureiro dos Santos
“Loureiro dos Santos, antigo chefe de Estado-Maior do Exército, decidiu fazer ontem um grave alerta para o desespero que, segundo ele, se vive no sector. Esse desespero pode levar alguns militares mais jovens a fazer "disparates" com efeitos nefastos na democracia, com repercussão nacional e internacional.“
Como?! Importa-se de repetir?! O que são "disparates"? "efeitos nefastos na democracia"? "com repercussão nacional e internacional"? Mas que absurdo é este?
30 de outubro de 2008
Vicente Moura anuncia recandidatura à presidência do COP
VM diz agora que nos últimos JO houve alguns desencontros e «excessos de emoção» entre atletas, treinadores e dirigentes. Também ele contribuiu para isso quando na altura das polémicas (e não digo se eram ou não justas, não interessa para o caso) disse que ele podia era estar em casa descansadinho no seu “sofá”, com os seus “chinelos”, que não precisava daquilo para nada. Ora, julgo que quem diz algo do género, não merece estar no lugar que ocupa.
Pela experiência no dirigismo desportivo que tenho, sei bem que as federações têm de ser simpáticas e dar tapinhas nas costas do actual presidente, pelas razões óbvias, o que não significa que sejam muito fãs da sua recandidatura. Na minha opinião, houve coisas que VM fez bem e outras menos bem, mas parece-me que deve imperar o bom senso, pois está na hora de dar lugar a outros.
29 de outubro de 2008
PSD critica hoje acordo celebrado em 2006
Sócrates respondeu: “Estamos a discutir a evolução de 426 euros para 450 euros… Em Portugal e na Europa, consideramos 400 euros o limiar da pobreza. É espantoso e chocante ver os mesmos que aparecem tantas vezes na televisão a chorar lágrimas de crocodilo pelos “novos pobres”, virem agora lamentar o aumento do salário mínimo".
Depois surgem as ameaças de um senhor que julgo estar ligado ao PSD: o responsável pelas PMe's ameaçou o governo que caso o aumento fosse por diante, incitaria todas as PME's a não renovar os contratos a termo certo. E se quem tomasse essa atitude ficar sem os apoios estatais que têm aumentado incrivelmente, contando inclusive com as linhas de crédito recentes ou os relacionados com o IRC? É que este tipo de ameaça é simplesmente inadmissível.
Este aumento do salário foi definido no final de 2006 por todos os parceiros sociais (patronato, sindicatos, governo), não é recente. Não deveriam sequer existir ainda empresas a praticar salários mínimos. Isto é que é vergonhoso.
27 de outubro de 2008
COOPERAÇÃO (?) ESTRATÉGICA
Freitas do Amaral afirmou, hoje, cheio de inveja, no lançamento do seu novo livro o seguinte: «Todos sabemos que há divergências, algumas bem actuais, mas na relação entre o Presidente da República e o primeiro-ministro procura-se manter uma relação e uma cooperação institucional».
Houve um detalhe, ao qual não deram a devida atenção, nas declarações do Presidente da República, prévias ao veto político do Estatuto dos Açores de hoje e após declarações de José Sócrates que corroboraram a ideia da existência de uma pax institucional. Cavaco Silva afirmou, com porte autoritário, que as boas relações entre os vários órgãos de soberania dependem de uma relação LEAL entre os mesmos. Pois, quem tem de ser leal e forçosamente subalterno? A posição mais cómoda será a da figura número um da nação – o Presidente da República, aquele “de todos os portugueses”.
A inevitável fraqueza da falhada “cooperação estratégica” é ideológica. Alguns vetos (que foram: o Estatuto Político-Administrativo dos Açores, o regime jurídico do Divórcio, a lei orgânica da GNR, o estatuto dos jornalistas, o diploma sobre a responsabilidade civil extracontratual do Estado e a lei da paridade) encerram divergências de natureza politico-ideológica e, há quem diga, eleitoralista.
Portanto, Cooperação até tem havido, ocasionalmente, mas penso que a única coisa que é Estratégica nisto é, indelevelmente, o futuro das pessoas envolvidas e dos grupos que elas naturalmente representam…
24 de outubro de 2008
23 de outubro de 2008
PROMULGAÇÃO INQUINADA
"O Presidente da República tem as suas competências e poderes. Mas não é guia espiritual da Nação. Se Cavaco Silva tinha esse projecto, devia ter-se candidatado, como exemplos, a chefe dos escuteiros, comandante da Opus Dei ou diácono da Maçonaria. Não à Presidência da República.
Não faz sentido que Cavaco Silva tenha promulgado uma Lei da República emitindo simultaneamente uma nota de discordância relativamente a ela e tentando condicionar o critério da sua aplicação. Que Cavaco Silva era contra a nova Lei do Divórcio já se sabia, tanto que vetou a sua primeira versão e explicou as suas discordâncias. Promulgar agora e criticá-la é uma atitude ideológica que degrada o exercício das funções presidenciais. E, em certo sentido, é um abuso de poder. Assim, confirma-se que os atavismos culturais de Cavaco Silva, sedimentados num reaccionarismo mitigado mas persistente, aliados a uma pulsão autoritário-impositiva mal contida e muito mal enquadrada na função presidencial, constituem um factor que contribui para a má qualidade política em Portugal. Com Cavaco a caminhar para a situação peculiar, comparativamente aos seus antecessores, de, com a passagem do tempo, ir sendo o Presidente de cada vez menos portugueses."
22 de outubro de 2008
Rednecks for Obama
"Este ano, alguns «rednecks» (americanos brancos, defensores do porte de arma e tradicionalmente ligados à ala mais à direita do Partido Republicano) resolveram fazer uma mudança nas suas vidas – o apoio a Barack Obama surge em tarjas, cartazes, t-shirts e auto-colantes. A primeira intervenção pública foi na Convenção do Partido Democrata, em finais de Agosto."
Link: Site dos Rednecks for Obama
20 de outubro de 2008
Abstenção recorde

Fenómeno recorde também aconteceu nos Açores. Bom, não foram votos em branco, como os do Ensaio Sobre a Lucidez, mas 53% de abstenção nas eleições regionais dos Açores é uma coisa inadmissível. Não tem que haver leituras político-partidárias deste desinteresse, porque a vitória do PS é incontestável, mas acção para evitar este descalabro democrático. Temos de pensar no voto obrigatório, nem que seja para fazer com que o debate sobre esta matéria espicace os cidadãos a irem votar.
16 de outubro de 2008
OE 2009 - Combate à crise
Apoiar as famílias pelo Reforço de medidas existentes:
• Rendimento Social de Inserção:
Promoção efectiva da inserção laboral e social dos seus beneficiários (80 000 até 2010)
• Complemento Solidário para Idosos:
Alargamento a todos os pensionistas com mais de 65 anos e introdução de benefícios adicionais de saúde
• Retribuição Mínima Mensal Garantida:
Salvaguardar, dada a conjuntura económica, o reforço do poder de compra dos seus beneficiários
• Acção Social Escolar:
Alargamento dos apoios e do número de beneficiários
Introdução de novas medidas, que visam:
• Apoiar as despesas escolares das famílias com a 13.ª prestação do abono de família que passará a abranger todas as 780 mil famílias beneficiárias
• Proteger o património imobiliário das famílias, instituindo a possibilidade das famílias endividadas alienarem o imóvel a um fundo ou sociedade, substituindo
os encargos com a prestação bancária por uma renda de valor inferior, mantendo uma opção de compra sobre o imóvel que arrendem
• Proteger contra a precariedade no emprego pela criação de uma nova contra-ordenação muito grave para a dissimulação de contrato de trabalho (“falsos recibos verdes”)
• Poupança Fiscal das famílias na venda de habitação própria e permanente alargando as condições de exclusão de tributação em IRS nos casos de reinvestimento numa nova habitação
• Aumentar a protecção na doença a todos os trabalhadores que exercem funções públicas
• Reduzir o esforço contributivo das famílias pela redução do IVA para 5% nos assentos próprios para o transporte de crianças em veículos automóveis e nas prestações de serviços de manutenção ou reparação de próteses, equipamentos, aparelhos e artefactos para as pessoas com deficiência
• Reforçar a protecção a pessoas com deficiência, pela majoração em 14% da actual dedução à colecta por cada sujeito passivo ou dependente com deficiência
• Aumentar a equidade fiscal, pela introdução de novos mecanismos de combate à fraude e evasão fiscais com o agravamento do regime fiscal dos sinais exteriores de riqueza
• Aumentar o salário dos funcionários da Administração Pública, que permitirá um ganho real de poder de compra
Apoiar a economia e as empresas
• Descida do IRC
• Descida dos Pagamentos por conta
• Concessão de uma garantia do Estado até 20 mil milhões de euros
• Aposta na Educação, Ciência e Tecnologia
• Simplificação e desburocratização administrativa
• Criação de uma nova linha de crédito para as PME no valor de 1000 milhões de euros
• Iniciativa com relevância no sector da habitação
Reforço da estabilidade financeira
• Garantia pessoal do Estado às operações de financiamento e refinanciamento dos bancos que pode ir até 20 000 milhões de euros
• Protecção dos depósitos através do fundo de garantia até ao valor de 100 mil euros por depositante e por instituição
• Reforço da transparência dos deveres de informação nos mercados financeiros
• Agravamento das coimas e molduras penais nos crimes e contra-ordenações contra o mercado de capitais
• Reforço da acção concertada dos supervisores financeiros
Faço a mesma análise que o comentador da SIC ontem: está tudo o que pediram e mais ainda, tanto a nível social, como empresarial, sendo certo que os privados estão reticentes em relação aos aumentos salariais… Um bom orçamento de Estado. Os maus sinais são, obviamente, o abrandamento do crescimento da economia e a manutenção da taxa de desemprego, mas estas situações são das que claramente decorrem do cenário internacional.
15 de outubro de 2008
Blog Action Day 2008 Poverty
Não posso deixar de publicitar uma actividade que decorrerá no meu distrito, Aveiro, na Praça do Peixe, no próximo Sábado, às 23h30. Todos os presentes deverão estar sentados/agachados um minuto e levantar-se em conjunto num gesto simbólico que significa a vontade de nos empenharmos colectivamente neste propósito global.
Visita http://www.standagainstpoverty.org/
13 de outubro de 2008
As Escolhas de Marcelo (e do PSD?)
Vamos analisar com atenção o alinhamento do programa de Marcelo Rebelo de Sousa:
Assunto: O governo garantiu a legalidade da concessão à Lusoponte, maioritariamente da Mota Engil, presidida por Jorge Coelho.
Comentário: É difícil provar que é um favor, mas o governo não explicou suficientemente bem as coisas.
Assunto: Computador Magalhães.
A empresa JP Sá Couto tem um processo fiscal contra o Estado. Não é um bom exemplo para o Estado que gosta de lidar com gente de bem. Mais, depois de oferecer o Magalhães diz às câmaras que paguem a ligação à rede.
Assunto: Casamento Civil entre pessoas do mesmo sexo.
Comentário: O voto de Alegre é coerente e é a voz de toda a esquerda, o do PS é incompreensível.
Assunto: Posição do governo sobre o Kosovo.
Comentário da entrevistadora: teve críticas de Manuel Alegre, Paulo Pedroso; posição diferente da Espanha, etc.
Assunto: Voos da CIA - o Ministério da Defesa Espanhol afirmou que houve voos por Portugal.
Comentário: o Ministro dos Negócios Estrangeiros falou demais.
Assunto: Ana Gomes ganhou um prémio como a mais activista do ano.
Comentário: Depois da a ter criticado, acho que ela é corajosa, activista e pedra no sapato do PS.
Assunto: PS nas Europeias.
Comentários: Manuel Alegre não quer ser cabeça de lista para as europeias, isso é terrível para o PS e Ana Gomes não se sabe…
Assunto: Crise económica e medidas do governo anunciou, a banca portuguesa é sólida como o governo diz?
Comentários: o governo anunciou que vai haver um abrandamento negativo, etc. Será que estas medidas chegam para cá? Primeiro: o que se passa não é só da crise internacional, já vinha de trás… Pode não chegar… serão necessárias outras com efeitos imediatos.
Assunto: O PSD quer esclarecimentos sobre esta linha de créditos…
Sócrates tem um discurso criticável porque não fala com a oposição para uma conjugação de esforços e responde no parlamento com tom eleitoralista (depois, no fim, é que criticou MFL por não falar da crise).
Extraordinário, não é? Está à vista de todos para que serve o programa... Nem sequer faço comentários políticos sobre os assuntos, porque grave é a sua forma e também substância, de um modo geral.
10 de outubro de 2008
Parlamento em dia estranho

“Não estamos legislando para gentes remotas e estranhas, estamos a ampliar as oportunidades de felicidade dos nossos vizinhos, dos nossos colegas de trabalho, dos nossos amigos e dos nossos familiares. E, desse modo, estamos a construir um país mais decente, uma sociedade decente é a que não humilha os seus membros.”
8 de outubro de 2008
Que perca bem a virgindade

7 de outubro de 2008
Para que serve a Autoridade da Concorrência?

O combustível está a menos de cem dólares o barril e continuamos a ter preços exorbitantes, principalmente na gasolina. Agora a Autoridade da Concorrência prevê finalizar uma investigação aprofundada sobre a falta de concorrência no mercado dos combustíveis em Março de 2009. “Março de 2009”??!! Obviamente que caso se prove que estava tudo combinado e que a GALP não pode ter o monopólio de todas as fases da chegada do combustível ao mercado, alguém já terá ganho muito dinheiro com esta tramóia (e nada lhe vai acontecer) e alguém já terá perdido muito.
6 de outubro de 2008
A Justiça em Portugal I

Para tentar evitar a primeira característica há pormenores da justiça portuguesa que são extraordinários.
Os chamados cheques pré-datados (tão habituais no nosso quotidiano) nunca são considerados prova válida de alguma coisa e a existirem num processo travam a sua continuidade. Alguém se lembrou, há já alguns anos, que era uma forma de descongestionar os tribunais, tantas eram as situações com este tipo de prova documental.
Às vezes, a justiça é mesmo cega.
4 de outubro de 2008
Alegre contradição

Vergonhoso... Alegre anda moribundo pelo parlamento a ansiar que lhe venham convites do PCP e do BE para tertúlias e iniciativas de uma pretensa esquerda...
...e, às tantas, ainda o vamos ver a votar favoravelmente um diploma que como ele baptizou é sobre um tema "da moda" e não uma luta pela igualdade das forças progressistas.
Nem sei como é que os Gato Fedorento ainda não pegaram em Manuel Alegre. Fica aqui a sugestão.
3 de outubro de 2008
Casino
“O número de ricos que habitam estas “suites” de hotel, que têm este tipo de comportamentos e que pulverizam todos os “records” nos leilões de arte não param de crescer em todo o mundo. E é sobretudo nos países emergentes, aqueles onde a miséria ainda predomina, que mais se multiplica. A China leva a palma, claro. Entre 2006 e 2007, passou a contar com 410 mil novos milionários. Segue-se o Brasil das favelas, com 143 mil. Mas o país que está a produzir ricos em maior ritmo, ainda que em menor número do que a China e o Brasil, é a Índia da pobreza extrema: mais 23 por cento, de 2006 para 2007, correspondendo a 123 mil novos milionários.
(…)”excêntricos”…produto do capitalismo selvagem conjugado com a globalização desregulada, este sistema iníquo e perigoso a que o mundo está entregue e a que até o candidato John MacCain já chama “economia de casino”.”
Hoje é Dia Mundial… do Sorriso.
2 de outubro de 2008
Alunos-Clientes

1 de outubro de 2008
Chávez y Sócrates cultivan su idilio
30 de setembro de 2008
Congresso Americano

29 de setembro de 2008
Fenprof pede reunião urgente para debater clima "muito negativo" nas escolas

Para contribuir a sério para a discussão, enumero a seguir algumas preocupações que precisam de solução. O insucesso e abandono escolar tem várias causas, entre as quais:
- pouco uso dos percursos escolares de recuperação mais adequados à vocação ou às motivações dos alunos;
- a falta de abertura à comunidade envolvente;
- as estratégias pedagógicas adoptadas, no que diz respeito à sua diversificação, actualidade e utilidade;
- a vitalidade do sistema do ponto de vista dos seus recursos humanos, nomeadamente dos professores. A formação de qualidade destes recursos humanos é fundamental para o combate ao insucesso escolar (como tal devem-se evitar medidas como a Prova de Ingresso na Carreira Docente, direccionada para jovens professores, que só serve para envelhecer ainda mais o sistema de recursos humanos, um dos factores de atraso do nosso ensino).
- diminuir o número de alunos por turma e para efeitos de média não contabilizar, por exemplo, os Cursos de Educação e Formação que têm naturalmente menos alunos e fazer uma análise mais micro de algumas zonas para resolver o problema da sobrelotação de algumas turmas;
- apostar em mecanismos diferentes da reprovação que é uma medida que na maioria dos casos não resolve nada – há estudos que o confirmam;
- assegurar que a formação contínua não seja uma pseudo-formação;
- abordar mais os temas da autoridade e da indisciplina na formação contínua para que os professores se sintam mais preparados para gerir as turmas porque acho que são problemas que influenciam o sucesso escolar;
- universalizar o acesso a um pré-escolar que não se resuma a fazer as crianças passar o tempo.
(…)
Proponho ainda as seguintes medidas:
- instituir a obrigatoriedade da existência de um site por cada escola do ensino básico ao secundário;
- assegurar que as refeições nas Escolas são as mais saudáveis possíveis, de forma a implementar o mínimo de padrões alimentares que, por sua vez, tornem o serviço público da educação literalmente mais saudável e se evite a facilitação do aparecimento de distúrbios alimentares;
- defender a gratuitidade dos manuais escolares até ao 12º ano
(...)
E para o Ensino Superior:
- baixar o valor demasiado elevado das propinas;
- promover o reforço da Acção Social Escolar, com uma atenção redobrada ao segundo ciclo de formação;
- não abusar de “Bolonha” para multiplicar cursos de 2º ciclo economicamente inacessíveis ou que promovam a aquisição competências iguais às que são oferecidas por muitos cursos do primeiro ciclo;
- adaptação da bolsa dos programas de intercâmbio internacional ao custo de vida de cada país de destino, por forma a não haver à partida um factor de iniquidade no acesso a todas as instituições internacionais que porventura coarcte, por exemplo, o acesso dos alunos mais necessitados a algumas das mais reputadas universidades.
(...)
26 de setembro de 2008
Ferreira Leite sabe que não sabe falar
E diz: “Se o silêncio de que me acusam é não contactar com as pessoas de forma espectacular, eu não me importo de me manter em silêncio”. Poupe-nos desta letárgica pseudo-superioridade moral.
Sarah Palin contra Satanás
Podem ver o vídeo legendado em português através do seguinte link:
http://www.publico.clix.pt/videos/?v=20080925170420&z=1
25 de setembro de 2008
Eureka?

Boaventura de Sousa Santos ("Visão", 25 de Setembro de 2008)
Também o reconhecido sociólogo, ligado a movimentos próximos do Bloco de Esquerda, aludiu ao que o Primeiro-Ministro falou no Comício do PS.
Mas era preciso este colapso do sistema financeiro?...enfim...
...e o PSD? nem piu...
24 de setembro de 2008
Regulação dos mercados

23 de setembro de 2008
Portugal pioneiro - Energia das ondas no sistema eléctrico nacional!
Boas notícias:
- Portugal é o primeiro do mundo a testar esta energia e a pôr o equipamento Pelamis a funcionar no mar em regime pré-comercial;
- Parece que podemos vender esta energia a um mercado que vale 325 mil milhões de euros, quase duas vezes o actual PIB(!);
- Ajuda a substituir a nossa dependência dos combustíveis fósseis, é uma energia ambientalmente sustentável;
- Usamos os nossos recursos! Portugal é um país com uma costa extensa (a costa portuguesa tem potencial para a instalação de 5000 MW), historicamente ligado ao mar: o que nos dá condições de apostar na colocação de vários equipamentos e de os promover de forma criativa para vender a energia que produzem;
- Parece-me que uma sociedade gestora criada pela REN é obviamente a forma mais correcta de gerir este mercado - penso que é o que está pensado - como tal o projecto de lei tem de ser formalizado.
Por melhorar:
- Precisamos, obviamente de saber se estes projectos se reflectem na baixa de preços da electricidade;
- Ainda não parece ser um projecto com viabilidade (20% a 50% abaixo do limiar da viabilidade económica);
- Penso que o Governo tem de repensar as tarifas impostas de 245 euros por megawatt/hora, pois ainda são bastante elevadas…;
- A instalação dos equipamentos sofreu sucessivos atrasos. Temos de continuar a avançar rapidamente em força com a pesquisa e as tentativas de potenciar ainda mais a força das ondas e das correntes, pois entretanto muitos países já se interessaram por esta energia… Não há lugar para mais do que um pioneiro e têm de deixar de ser projectos pré-comerciais…; Não podemos esquecer todo o tipo de patentes que podem ir surgindo a partir do desenvolvimento tecnológico dos equipamentos (de acordo com o Centro de Energia das Ondas, existem cerca de 62 tecnologias disponíveis para o aproveitamento da energia das ondas) e continuar com as experiências já feitas no Pico, Aguçadoura, Peniche, etc… Por exemplo, (infelizmente) os equipamentos que hoje se “inauguram” têm tecnologia britânica… Sei que a EDP, a Babcok & Brown e a Efacec estabeleceram hoje uma parceria para o desenvolvimento de projectos experimentais…;
- O equipamento de hoje tem a capacidade para produzir apenas 2,25 megawatts, o equivalente a apenas um aerogerador de um parque eólico…Para já, parece pouco…;
- Depois dos muitos apoios às empresas das energias renováveis o governo também tem de as deixar atingir a maturidade sem tantos subsídios e eventualmente com outras medidas, por exemplo, de natureza fiscal...
Sou naturalmente optimista, Portugal está na vanguarda desta tecnologia pioneira, como aconteceu com a Dinamarca na década de 50, com a energia eólica, uma energia que, para já, mostrou ser mais rentável e que produz mais energia. Esperamos todos que estes investimentos tenham as consequências mais positivas para o país e para os consumidores.
22 de setembro de 2008
Fábrica reabre
20 de setembro de 2008
A estratégia do silêncio
19 de setembro de 2008
Quem é Manuel Alegre?
18 de setembro de 2008
Investimentos e falências

17 de setembro de 2008
A Galp devia ter vergonha

16 de setembro de 2008
Post do Glória Fácil
Uma das tarefas do meu dia será arranjar tempo para ler este artigo de Timothy Garton Ash, ontem no "The Guardian" Começa asssim...
The seven years since 9/11 reveal an old truth: Problems are usually not solved, just overtaken by other problems. Those of 8/8, for example. On Aug. 8, 2008, two mighty nations announced their return to world history. Russia, invading Georgia, did it with tanks. China, launching the Olympics, did it with acrobats. The message was the same: World, we're back....
...e tem esta frase...
While order is threatened, liberty is no longer self-evidently on the march. The French refer to their 30 years of growth after the Second World War as the trente glorieuses. Future historians may see the three decades from Portugal's 1974 revolution of the carnations to Ukraine's 2004 Orange Revolution as a trente glorieuses for the spread of liberty. But Russia and China are not just great powers challenging the West. They represent alternative versions of authoritarian capitalism, or capitalist authoritarianism - the biggest potential competitor to liberal democratic capitalism since communism.”